dezembro 19, 2008

Feliz Natal!!!


E 2008 já vai terminar. E 2009 já vai chegar, pra passar voando. O tempo não pára, dizia o poeta. Eu acrescento: vai que nem foguete...

Em alguma hora, prometo, faço o balanço do ano. Por enquanto, vou embrulhar e entregar os presentes de Natal e preparar a mala pra viajar. Natal na ilha vai ser muito bom.

Marzão sempre faz bem à saúde...

O cartão é o que eu fiz e mandei para alguns amigos e contatos de trabalho. Fica aí pra eu não esquecer...

novembro 26, 2008

Atualização


Naquele velho ritmo conhecido do com-trabalho-sem-trabalho, estou num momento sem. De certa forma, é bom. Como resolvi que vou costurar boa parte dos presentes que vou dar no Natal, preciso de tempo pra ficar pilotando a máquina de costura.

Mas de vez em quando a gente tem de dar uma sapeada nos e-mails – vai que aparece alguma coisa, não é? A última mensagem relacionada a trabalho cancelava o resto da minha participação na revista da Fiesp. Se isso significou menos dinheiro, teve a parte do alívio: o trabalho, lá, não é dos mais organizados. Na verdade, eles nem precisavam de reforço, têm estrutura suficiente para segurar o trabalho, sem problemas nem atropelos. Chamar ajuda, acho, foi só um apavoramento momentâneo. E tem o alívio de não precisar sair por aí com o Maquinho debaixo do braço: não dá pra arriscar, ele é muito precioso – e caro!

Mas na sapeada geral que a gente dá no computador indicou que os blogs que freqüento andam sofrendo do mesmo problema: falta de notícias. A filha parou o dela em 1.º de novembro – pode? Com isso, meu ânimo pra escrever também vai pro beleléu...

Tenho, porém, de registrar uma vitória: fiz a Pavlova da Nigella. Não ficou perfeita – minha paciência, acho, é pouca para agüentar quase uma hora de barulho de batedeira. Mas ficou boa e gostosa. Enfrentei algumas dificuldades na tradução da receita: double cream – que diabos é isso? Descobri que, se tem por aqui, só deve ter em importadoras... Mas creme de leite fresco serviu. Bem batido – dá-lhe mais batedeira no ouvido!!! -, com menos açúcar do que o pedido (o merengue já é doce por demais), ficou perfeito com a geléia de framboesa, azedinha. E, claro, com as raspas de chocolate.

Vou fazer de novo, agora preparada para encarar um tempão de batedeira ligada. É fácil fazer. Como um monte de coisas na vida, tem de ter paciência. E já programei uma edição, caprichada, para o Natal.

Agora virou questão de honra: tem de dar certo!

novembro 12, 2008

Sabiás comilões


Há algumas semanas, uma sabiazinha resolveu fazer o ninho dela na árvore em frente de casa. Teve três filhotes e, por um tempo, a diversão em casa era acompanhar as idas e vindas da passarinha levando comida pros filhotes. Foi quando a gente decidiu colocar frutas no jardim, para facilitar a vida da sabiá. E ela vinha. E atrás dela, outros sabiás apareceram. Os gatos ficaram alvoroçados, espiando essa passarinhada toda da janela da sala. Só espiando: a tela não deixa que eles saiam caçando...

No meio do caminho, um gato safado, que não é meu, subiu na árvore. Acho que comeu um dos filhotes. Os outros dois, assustados, caíram da árvore. Isso tudo bem na hora em que o filho estava chegando em casa, perto das 6 da manhã. Ele veio me acordar: “Mãe, o filhote caiu do ninho!” Lá fomos nós recolher os filhotes... Colocamos num balde grande, no terraço, para a mãe não ter dificuldade de achar. Um deles saiu voando logo em seguida. O outro ainda demorou um pouco, mas a mãe ficava sempre por perto, ajudando. Até que foi embora também (a foto foi feita pelo filho, do sabiazinho que foi embora depois).

Mas agora, o engraçado é que toda hora tem passarinho ciscando no jardim, atrás da fruta. Mamão é a favorita. Já tentamos banana, maçã, manga... Não tem jeito: mamão é sucesso de público e crítica. E eles sabem que é a gente que coloca a comida pra eles. Não estranham nada. Tanto que às vezes alguém sai de casa e, se eles estão lá, comendo, nem se abalam. Continuam onde estão. E quando não tem comida, fazem uma barulheira danada.

Num domingo, o filho ia saindo de casa e um sabiá – não sabemos se é a mãe, o filhote ou outro, eles são todos iguais! – pousado no muro começou a reclamar. E o filho ainda respondeu! “Chi, a Adelina não vem hoje. Comida, só amanhã”. E agora há pouco, três sabiazinhos estavam em conferência no jardim, fazendo uma algazarra em torno do prato vazio de frutas (a que pusemos ontem já tinha acabado), como se estivessem reclamando.

Fui lá e coloquei meio mamão. Eles fizeram silêncio.

Pelo jeito, arrumei mais alguns bichinhos...

novembro 10, 2008

Profilteroles


O nome intriga. Profit, tanto no inglês como no francês, é lucro, ganho, aproveitar. Alguém certamente ganhou muito dinheiro com isso. O fim de semana não teve a Pavlova da Nigella, mas teve uma passada na Di Cunto, verdadeira perdição. Aproveitei pra comprar uma bandeja de profiteroles – igual essa aí da foto.

Em Paris, coma profiterole na sobremesa. É imperdível. Acho que é bom em qualquer restaurante. Mas aqui em Sampa, os melhores são mesmo os da Di Cunto. Quando estiver passando pelo Ipiranga, aproveite e conheça o lugar. Não vá com fome: mesmo sem fome a gente gasta um monte de dinheiro só em coisas de comer.

E compre profiteroles...

* * * * *

Teve trabalho, também. Mas isso foi o de menos.

novembro 09, 2008

Freddie e Jonathan


O filme se chama August Rush – aqui, ganhou o absurdo nome de O Som do Coração. Era a estréia no Telecine e por causa do sujeito aí da foto – Jonathan Rhys Meyer, sem dúvida, está na lista dos meus 10 mais bonitos -, decidi assistir. Ele está lindo, sempre está. Mas não é só.

O filme é uma lindeza: um conto de fadas moderno, doce, gostoso. E é covardia colocar Freddie Highmore como protagonista. É querer colocar todos os outros atores em segundo plano. Adorei o garoto em Finding Neverland e foi uma delícia vê-lo ao lado de Johnny Depp e Kate Winslet, fazendo o pequeno Peter. Aqui, ele engole todo mundo – até Robin Williams, totalmente fora de esquadro no papel que lhe deram. O menino sorri, feliz, e parece que a cena se ilumina...

E a música! Ficou a impressão de que escolheram as músicas e então fizeram o filme. Jonathan faz um roqueiro irlandês – e canta! Agora, vou atrás da trilha sonora. Mas não é só por causa dele, não. As músicas são lindas.

Rhys Meyer é irlandês, então não teve dificuldade nenhuma com o sotaque – só teve de ser ele mesmo... Descobri que tem a idade de meu filho mais novo e que não é a primeira vez que ele canta em um filme.

Já não chega toda a mística que tenho em relação à Irlanda e ainda me aparecem esses irlandeses de tirar o fôlego...

novembro 08, 2008

Trabalho e ócio


Inconstância é a palavra-chave do meu trabalho, atualmente. De duas/três semanas de trabalho ininterrupto, inclusive nos finais de semana, seguem-se duas/três semanas de absoluto ócio. Então, meu humor sobe e desce, parecendo aqueles gráficos de atuação da bolsa de valores em momentos de crise. Ou, num exemplo mais acessível, um elevador...

Já disse várias vezes que não gosto de trabalhar – aquela velha história que nasci para ser dondoca, teúda e manteúda -, mas gosto de gastar. Para ter uma coisa, preciso fazer a outra. Assim... No trabalho, a perspectiva de poder comprar coisinhas me deixa contente. Claro que às vezes a gente fica muito brava por conta de atrasos, coisas que não são entregues conforme o combinado, desatenção, falta de respeito (e como tem isso!). Mas saber que vai entrar um dinheirinho sempre é animador.

Daí que me peguei pensando que dá pra viver com menos e que não precisaria fazer o tanto de coisas que faço só pra sustentar meus luxos. Claro que isso passou pela minha cabeça naquela fase de nada a fazer mas com preocupação de como vai ficar se não aparecer mais nada. E em seguida, fazendo uma listagem rápida do que poderia dispensar, concluí que seria melhor aparecer muito trabalho porque não estou disposta a abrir mão dos meus luxos.

A desvantagem é que não dá para fazer planejamento do futuro próximo. Nunca sei se e quando estarei livre. Agora estou de novo na fase meu nome é trabalho. Há duas semanas, no meio do nada a fazer, combinei com uma amiga de cometer uma extravagância e experimentar uma receita da Nigella. Pavlova. Um verdadeiro e delicioso atentado de colesterol. Era para ser neste final de semana. Não vai dar. Vou trabalhar.

Por enquanto, a gente tem de se contentar só com a foto....

outubro 02, 2008

Treino de descanso

Claro que é preciso ter espírito para isso. Ficar à-toa, pensando em um monte de nada e em tudo, procurando alguma coisa que ocupe os olhos enquanto a barriga empurra o tempo. Bom, é o que eu tenho feito desde segunda-feira. Mentira: na segunda, ainda trabalhei um pouco. Afinal, era a reta final de um trabalho que não exigia mais minha presença, mas precisava da minha participação. Depois... foi só nada a fazer!

A gente precisa mesmo de uns períodos assim. Achei, na terça, que na quinta entraria em parafuso se não pintasse trabalho. Mas sabia também que haviam coisas engatilhadas que poderiam deixar de ser projetos muito rapidamente. Então, estou à espera.

Experimentei novos lugares para mudar a paisagem. Com o terraço todo telado, descobri um excelente lugar pra ficar lendo no final da tarde – mas acho que se o verão for muito bravo, vou ter de providenciar um guarda-sol. Minha poltroninha no quarto é outra opção maravilhosa. E, claro, tem o posto fixo na sala, na frente da TV.

Fiz planos – e ainda vou cumprir – de costurar. Por enquanto, não me animei em me enfurnar no mocó, sem paisagem à vista. Mas sei que preciso ir. E irei quando pintar aquela vontade de produzir alguma coisa, de sentir que estou fazendo alguma coisa. Por enquanto, não deu vontade.

Felicidade é isso: fazer o que se tem vontade, quando se tem vontade.

Então, hoje estou feliz.

* * * * *

Fiquei mais de mês sem escrever. Muita água rolou sob a ponte, mas agora isso nem tem tanta importância mais. Por isso, nem vale a pena contar.

Hoje, deu vontade de escrever. Amanhã, quem sabe?

O futuro a Deus pertence...

* * * * *

Esse post vai sem foto porque estou sem Photoshop no PC. Tem no Maquinho - ei, essa é uma novidade pra ser contada! -, mas não vou usar ainda.

Isso se chama preguiça.

agosto 22, 2008

Comentários olímpicos


Mais um pouco e eu emplacava um mês inteiro sem escrever. Mas acho que não fez falta, no fim das contas. Primeiro era muito trabalho, depois muita preguiça, depois... Olimpíada. Já falei isso neste blog há algum tempo, mas sempre repito: o Pedro Bial me disse, numa entrevista, que em época de Olimpíada ele vira samambaia pendurada na frente da televisão. Eu também – quando dá.

Essa edição pequinesa é dura. Os horários são terríveis para nós, brasileiros. Com isso foram várias noites indo dormir de madrugada, só pelo prazer de ver recordes caindo, esportes quase desconhecidos que quase não são mostrados pelas TVs. E acordando o mais cedo possível, pra não perder muita coisa.

Futebol? Esquece... Eu tinha certeza de que a turma do Dunga não traria o ouro. Torcia pelas meninas – e olhe que não gosto de futebol feminino. Outra certeza que eu tinha é que o Diego Hipólito iria falhar. Tem uns caras que a gente olha, observa, admira, mas sabe que não vai chegar. Não me pergunte porque, tenho essa impressão desde quando ele começou a aparecer. E não sei não, mas acho que o vôlei masculino vai é voltar com a prata – tomara que eu esteja errada, os meninos são muito bons. Idem para o feminino – e elas, até agora, não perderam um único set. Botei a maior fé na Jade, mas ela tremeu. Responsabilidade é um peso que pouca gente consegue levar na boa. Ela não conseguiu, o que é uma pena.

A primeira semana valeu pelo Cielo. Menino de ouro – e é, mesmo que não trouxesse a medalha. Foi lá, se apresentou, disse e mostrou porque foi. Torci desesperadamente, gritei, pulei – sozinha, porque até os gatos saíram correndo de perto, assustados. Chorei com ele, no pódio.

Na natação, como todo mundo, eu queria ver o Phelps. Acabei encantada com Kosuke Kitajima, o japonês dos 100 e 200 metros do nado de peito. Ele é o peixe, não o Phelps. O carinha é incrível: pequeno (tá, é mais alto do que eu, mas isso não é vantagem), se desloca dentro da água com uma elegância e uma técnica que faz a gente morrer de inveja. Quando eu estava aprendendo a nadar (lá se vão uns vinte anos...), não conseguia sair do lugar quando comecei a aprender o nado de peito. É muita coisa pra gente mexer ao mesmo tempo e em sincronia. E o segredo, me dizia o instrutor, é a pernada, que tem de ser forte para a gente se deslocar e conseguir empurrar a cabeça pra fora. E enquanto a cabeça de todos os outros nadadores aparecia o tempo todo fora dágua, num ritmo alucinante, a cabecinha do Kitajima vinha em longas pausas. É aí que ele ganha. E é por isso que eu coloco a foto dele.

Hoje voltei a chorar, com a Maurren. A força mental dessa mulher é impressionante. Virei fã dela. E o atletismo me deu bons momentos nesta segunda semana, com o Usain Bolt dançando, fazendo folia e arrasando os tempos dos adversários.

Agora falta pouco, só mais dois dias. Meu tempo de samambaia está no fim...

julho 29, 2008

Citações


Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer;
tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Há tempo de adoecer, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Há tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Há tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
Há tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de jogar fora;
Há tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Há tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.


(Eclesiastes, cap. 3, versículos 1 a 8)


A filha postou esse trecho da Bíblia no blog dela. Achei lindo.

E, para ilustrar, “roubei” a foto do Flavinho, direto do Flickr dele – horas de encantamento, sonho, viagens. Obrigada por alegrar meu dia!

Quase um mês de ausência. Mas acho que o meu tempo não era o de escrever – pelo menos não no blog...

julho 02, 2008

Protesto


Depois de alguns trabalhos, descobri que as coisas funcionam mais ou menos assim:

As empresas contratam agências de publicidade para cuidar do marketing delas.
As agências pedem aos departamentos comerciais dos jornais que criem produtos especiais para seus clientes.
Os departamentos comerciais contratam uma outra empresa para realizar os tais produtos especiais.
A outra empresa faz o tal produto e devolve ao departamento comercial, que devolve à agência, que mostra ao cliente, que faz alterações e devolve à agência.
A agência encaminha as alterações para o departamento comercial, que as encaminha de volta à outra empresa, para fazer as emendas necessárias.
E esse caminho de vai-volta se repete por quantas vezes forem necessárias, até que o produto fique do jeito que a agência pensou no começo.


Um parceiro meu me explicou que essa burocracia toda se deve pura e simplesmente à necessidade de as agências terem alguém para responsabilizar se, por acaso, o produto não sair do gosto do cliente. Ou seja: as agências pagam para alguém engolir o sapo. Esse mesmo parceiro observou que é muito fácil promover mudanças num produto que já existe – antes disso, ninguém sabia ao certo o que queria.

Tudo isso é pra explicar a minha dificuldade em engolir isso tudo. Se as agências têm um redator – e Deus sabe o tanto de palpite que esse infeliz dá! –, por que não entregam o trabalho para esse redator, que já saberia exatamente o que tem de ser feito? ?As agências têm tudo: redator, diretor de arte, softwares, hardwares, palpites, idéias, diagramador, impressoras... Ah, mas só tem um redator e ele é muito ocupado... Por que não contratam mais gente, então? Tem de ter essa burocracia toda, esse passa-passa, vai-e-volta insano e contraproducente? Isso é pra mostrar serviço? Ou só pra algum sujeito ter a sensação de mandar em alguém?

Tá bom, é trabalho pra mim. Não deveria reclamar. Afinal, dessa confusão toda sobra algum dinheirinho pra mim. Mas não seria mais lógico a agência fazer o produto junto com o cliente e repassar o produto pronto para o comercial dos jornais? Resumindo: isso tudo me irrita, me desgasta, me faz mal.

As coisas poderiam ser bem mais simples...

junho 21, 2008

Tristeza e culpa


Sabia que culpa faz mal à saúde. Não pensei que fosse tanto. A cabeça dói, o corpo pesa, fica um peso no peito que não desata nem vai embora. Fica aí, pesando, lembrando do que deveria ter sido feito e não foi. Não lembro de ter sentido isso alguma vez na vida. E não gosto. É uma sensação muito ruim.

Costumo dizer que não tenho arrependimentos, que o que foi feito já está feito e pronto. Acho que era verdade até ontem. Agora, não vale mais. Esse arrependimento vou carregar pro resto da vida – mesmo que seja pouco esse resto, vai sempre dar uma cutucada na memória. E vai ser bom, porque vai me lembrar de coisas que tenho de fazer pra não sentir de novo essa sensação horrível.

Agora já foi. A vida segue, agora com um novo sentimento que preferia não conhecer.

Tchau, Penélope-Margarida-Zig. E me perdoe.

junho 17, 2008

Chuchu







Quer ver meus chuchus, que estão literalmente dando na cerca do quintal? Vá no Flickr do filho, que fotografou aquilo que vou comer na salada do almoço hoje – são uma delícia, pode acreditar.

Tem um monte, de vários tamanhos. Daqui a pouco vou sair distribuindo, porque não dá pra comer chuchu todos os dias...

Não sei porque acho que xuxu tem mais a ver com o vegetal do que chuchu...

Lua e mar


Eu não tinha máquina fotográfica na hora, então peguei emprestada uma imagem caçada no Google imagens. Mas é pra colocar na lista de coisas que não têm preço: a lua refletida no mar. Uma das imagens mais deslumbrantes que já vi, daquelas que fazem a gente chorar de tão bonito.

Claro, foi na ilha. Acordei de madrugada por causa do vento que fazia um barulhão danado. Fui para a janela – e esqueci do vento. A noite totalmente escura transformava árvores e casas em silhuetas escuras e indefinidas. Lá no alto, majestosa, uma lua branca, redondinha reinava absoluta num céu sem estrelas. E deixava uma esteira branca refletida nas águas do mar. Fiquei bem uns cinco minutos olhando, embasbacada. Aí o frio mordeu – o vento estava bravo e gelado – e me retirei, de volta para a cama e para o calor do Aleluia.

Não registrei a imagem para mostrar, mas ela ficou gravada na minha memória e já é mais um detalhe naquele cantinho para onde me retiro quando preciso de um momento de paz e tranqüilidade. Lá está também o por de sol mais espetacular que já vi e que – esse, sim – me provocou uma crise de choro. Era tão bonito que doía. E, naquela época, tinha uma tonelada de dores recolhidas que precisavam sair de alguma forma. Por sorte, o gatilho foi uma coisa muito bela, que encheu os olhos e lavou o espírito.

A mãe natureza nos dá esses presentes de vez em quando. Que bom!!!

maio 27, 2008

Flores e abelhas


Quando abri a janela, pela manhã, tomei um susto: o capuchinho estava com um monte de flores. E elas se destacam, vermelhas, no meio daquele verde todo das folhas redondas. Tentei fazer uma foto em que todas aparecessem – claro que não consegui. Então mostro só essa, no exato momento em que uma abelhinha visitava uma das flores.

Aliás, as abelhinhas andam rondando o pedaço, também por causa das flores do xuxu. Já vi alguns xuxuzinhos se formando – diz a Adelina que a gente não pode apontar com o dedo onde eles estão, porque senão eles caem. Então a gente põe a mão fechada na frente e quem tiver olhos, enxerga. Mas quando eles estiverem maiorzinhos, fotografo pra mostrar, antes que a gente colha e coma. Acho que não tem muita gente em São Paulo que pode dizer que comeu uma salada de xuxu colhido no quintal...

Também fiz várias fotos dos gatos. Minha idéia é montar uma galeria com todos eles. Mas sei que não vai ser fácil, porque nem todos saem desfilando pelo quintal, onde a luz é boa. Tem alguns que não param quietos, então a foto sempre sai fora de foco. Outros até fazem pose. Bom, vou continuar tentando... Acho que hoje eu consegui fotografar uns cinco – então, ainda faltam 14...

Mexericas – é assim que se escreve, mas a gente chama mesmo de mixiricas – é minha nova tara. Ando consumindo de duas a três, diariamente. Ainda bem que é tempo e elas estão maravilhosamente doces e baratas. E, como dizia meu amigo Rodrigo Garcia, é saudável – ele dizia isso quando se entupia de balas de iogurte de morango!


Amanhã, o programa é copiar moldes de roupas. Até comprei papel vegetal hoje, só pra isso. Vamos ver se vai dar certo. Ontem, quando abri as folhas de moldes na mesa, o Gato imediatamente se ajeitou em cima do papel e a Gatinha Zig (ainda não decidimos qual o nome certo dela) veio xeretar também. Antes que a tchurma do Gato viesse se ajeitar junto (logo depois que o Gato se ajeita, vêm o Kurosawa, o Tiziu e a Zizou se ajeitar também), tirei todo mundo de cima da mesa e guardei os moldes. Amanhã, quem sabe, terei mais sorte.

Esse que está aí do lado é o Gato. Ele não é lindo?

maio 20, 2008

Ukiyo-e e olho-de-boi


Número 23 da série de 36 vistas do Monte Fuji, ukiyo-e de Utagawa Hiroshige, gravura esculpida e pintada em madeira, em 1859. Retrata o monte visto do mar de de Satta, na Província de Suruga. Esta foi uma das gravuras que mais me impressionou hoje, na visita que fiz à Pinacoteca. Ali estão expostas as 36 vistas de Hiroshige – mas a mostra termina domingo, dia 25. Quem puder ir, vá. Aqui, só tem uma amostra.

As duas mostras relacionadas ao Japão na Pinacoteca são maravilhosas. A outra, o Florescer das Cores: a Arte do Período Edo mostra quimonos, indumentárias, armaduras de samurais, espadas, objetos em porcelana e cerâmica. Coisas incríveis – em alguns momentos fiquei literalmente de boca aberta e um pouco frustrada por estar sozinha e não poder comentar com alguém o que estava vendo e admirando.

Mas hoje acordei com disposição de bater perna. Primeiro, dei um jeito nas plantas que estavam impedindo o sol de entrar no viveiro que era da Ig e que agora é da tartaruga. A pobrinha estava cada vez mais privada do calor do sol. Estou com os dedos furados e doloridos – a ora-pro-nobis não gostou nem um pouco de ser cortada e protestou vivamente. Mas agora tem também o capuchinho e o xuxu – todos se espalhando que dá gosto... Tinha de dar um jeito naquilo...

Aí resolvi que ia ver as exposições. Na volta, uma parada na 25 de Março pra comprar umas coisinhas – dois cortes de flanela, quero ver se consigo fazer alguma coisa semelhante a um quimono (fiquei um tempão olhando como se corta). Claro que não vai ficar igual, porque, além de ser flanela, vou costurar a máquina. Mas serviu de inspiração. Comprei ainda uns cortes de algodão e uns penduricalhos...

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Alguém já ouviu falar em olho de boi? Eu já tinha visto as sementes, mas nunca pensei que este era o nome daquilo. Minha mãe usava uma bolsinha presa por dentro da roupa, com três sementes. Alguém deu a ela dizendo que aquilo afastava os maus fluidos e dava boa sorte. Tenho guardada a bolsinha comigo. E não é que na Ilha o Caleu e o amigo dele me aparecem com um monte dessas sementes? Fiquei com uma e disse ao neto que iria tentar furar pra fazer um pingente pra ele colocar no quarto.

A danada da semente é dura e lisa. Parece madeira maciça – aliás, tem cor de madeira. Pelejei dois dias, mas consegui furar a bichinha. Tive de comprar uma furadeira pequena e brocas fininhas e abrir caminho com um prego. Mas deu certo. Agora, o neto tem de colher um monte, porque já pensei em fazer um monte de coisas com elas, pra dar de presente aos amigos.

Boa sorte, ninguém recusa...

maio 19, 2008

Intervalo


Fuga rápida para a Ilha. Está virando rotina: fim-de-semana, praia! Mas desta vez foi rápido mesmo: fomos na sexta à tarde, voltamos domingo depois do almoço. A filha e o genro tinham uma festa de aniversário pra ir no domingo à noitinha. Mas valeu. Eu estava com saudade do marzão e do Aleluia. Os dois estão bem e o Aleluia já está até ensaiando uns passeios pela casa, mesmo perto da Leona. E o marzão – é só olhar a foto: lindo!

Agora vou deixar tudo preparado pra fugir de novo no feriadão, mas corro o risco de não ir. Pode ser que pinte trabalho e, se tiver mesmo, vou ter de trabalhar. Nessas horas fico dividida: quero ir, mas preciso trabalhar. E nesse raio de ofício em que me meti, o trabalho aparece sem hora marcada. Não dá pra contar com ele, tem de pegar quando aparece. Azar o meu, mas tem suas compensações...

Tem uns períodos de nada a fazer onde faço um monte de coisas em casa. Tem períodos de ansiedade, esperando a coisa pintar. Às vezes é logo, às vezes demora. Aí a coisa pega, mas uma hora acaba saindo. Então tem de aproveitar as horas vagas para o lazer.

Mas se às vezes bate saudades do tempo em que eu tinha horário fixo todos os dias para trabalhar, isso não quer dizer que era melhor. Geralmente isso acontece naqueles momentos de espera, quando a coisa está para sair mas não desencanta. É verdade que naquele tempo de trabalho fixo, o salário também vinha direitinho no final do mês. Agora, não. Vem em pedaços, aos poucos, pingando. E o que entra agora não vai, necessariamente, entrar no mês que vem. Tem de se organizar...

E um dia eu aprendo a ser organizada...

maio 10, 2008

Pílulas


Bateu um resfriado, que está prestes a virar um resfriadão, mas eu luto com todas as forças e muito naldecon pra não ser derrubada. Tinha de ser agora?

Sabe aquela espinha maldita que aparecia na ponta do nariz, no queixo ou na bochecha, bem perto do olho, na véspera daquele baile maravilhoso? Pois, esse resfriado é igual – e digamos que na minha idade uma espinha não vai me abalar em nada... Nas vésperas do dia das mães? Quando eu programei um almoção legal com filhos, genro e neto? Que sacanagem!

Mas vou continuar lutando. Porque o resfriado não vai me vencer. E tenho dito.

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Boa notícia é que o suplemento, aquele chato, vai sair do papel. Segunda já começo trabalhando nele. Chato ou não chato, vai render alguma graninha.

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Já ouviu “estrela em forma de gente”? Pois descobri hoje que o nome da música é “Frisson”, é de Tunai e Sérgio Natureza. Só conhecia esse trecho: De repente /Você surgiu na minha frente / Luz cintilante / Estrela em forma de gente / Invasora do planeta amor / Você me conquistou. Então, pra mim, a música chamava Estrela em forma de gente...

Ouvir rádio no computador faz a gente sair atrás de coisas muito estranhas...

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Ganhei um livrinho há umas duas semanas chamado The Cute Book, de uns japoneses que se autodenominam Aranzi Aronzo. Ensina a fazer um monte de bichinhos de feltro e estava com as mãozinhas coçando de vontade de fazer alguns. E aproveitei o marasmo da semana pra tocar o projeto. Já fiz um panda e uma sapinha que tem dois girinos. Ficaram lindinhos!
A imagem é justamente dos personagens que tem no livro. Quer conhecer mais? Clique aqui! O site é muito engraçado – mas clique para ver a versão em inglês...

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Mania nova no pedaço. Na verdade, não é nova, mas retomei agora, depois de ficar afastada por um bom tempo. Puzzles. Na tela do computador, porque aí não tem perigo de gato sair correndo, espalhando as peças por todo canto. Tem um site precioso, com imagens lindíssimas - a imagem do post é de um dos que eu resolvi hoje. Costumo escolher o corte de 80 peças, clássico. Mas tem outras opções.

Quer tentar? Vá ao Jigzone.

maio 07, 2008

Que venham os presentes!


A correria durou um pouco mais do que eu esperava e segunda ainda tive de ir pra Santana, resolver um pepino. Mas o resultado está aí: a capa do suplemento de inclusão. Mas o fim de semana foi engraçado, cheio de coisas se cruzando: no meio do fechamento do suplemento de imigração – por sinal, ficou lindão! -, recebia informações sobre o de inclusão e conversava com o repórter de Brasília que está preparando os textos para um terceiro caderno, do prêmio de gestão pública.

E as três coisas continuaram se cruzando de quinta até domingo. Hoje, terça, finalmente, deu uma folga. E fui costurar, contente e satisfeita da vida. E fiz crochê, porque a manta da filha está virando folclore e o frio está inspirador pra mexer com linhas e agulhas.

Esta semana ainda tem algum agito profissional e espero, na semana que vem, tocar finalmente essa coisa chata que será o tal prêmio de gestão pública. Mas tudo bem, vamos fazer o possível. E neste vou trabalhar com outro grupo de diagramadores – o pessoal do jornal se juntou, montou um bureau – sugestão minha – e agora vamos trabalhar juntos. Não sempre, porque não vou deixar de lado meus amigos da More.

Agora, é me preparar pra ganhar presentes no domingo – mas já estou planejando um almocinho com os filhos, genro e neto aqui em casa. Vai ser gostoso reunir a tropa toda!!! Na verdade, tentei dar um golpe e antecipar a entrega dos presentes para sábado, mas não deu certo. Tudo bem, a gente espera mais um pouco.

Não vejo a hora!!!

abril 30, 2008

Nó desfeito


Era bem aquilo mesmo: foi só começar a pegar no breu para o nó desatar e sumir. Não tem jeito: trabalho emperrado deixa a gente angustiada. E eu nem gosto de trabalhar...

Semaninha começou cheia de atividade: segunda com prêmio (as fotos estão no blog da filha), terça com Ballet Nacional de España. E hoje um monte de trabalho. Na segunda, foi bom pagar mico com um monte de amigos. Rever pessoas, falar bobagem. E o melhor foi que a filha foi lá, prestigiar a mami. Terça, o ballet foi emocionante e lindo. Fazia tempo que eu não via um espetáculo de flamenco – e este valeu a pena atravessar toda a cidade debaixo de chuva. Lindo, lindo, lindo! E com a filha, o que foi melhor ainda!

Agora é véspera de feriadão, com fim de semana prolongado. A cidade vai ficar tranqüila, habitável, gostosa. E, para ajudar o clima, esfriou. A meteorologia promete temperaturas entre 14 e 20 graus até o final da semana – isso vai me ajudar um bocado, já que vou ter de me deslocar pelo mundo.

Provavelmente, na semana que vem, estarei igual ao gatinho da foto – ele não é lindo?

Melhor assim...

abril 28, 2008

Nó no peito


Tem um nó no meu peito já faz dias.

Já faz dias que tenho vontade de parar tudo e chorar, chorar, chorar, chorar. Mas aí entra o racional e se impõe: não tem motivo pra isso, não. Deixe de bobeira e toque a vida pra frente. Tem um monte de coisa pra fazer e não tem de perder tempo com bobagens...

Então, vamos tocando. Mas o nó está lá, apertando. A estas alturas, o próprio racional já começa a achar que as comportas estão muito cheias e convém dar uma esvaziada – é preciso renovar os líquidos, não é verdade? Mas aí entra a falta de prática. Quem sempre se controla acaba não se soltando. É muito tempo se policiando, se criticando, se contendo. De tanto morder a língua pra não falar, a boca perde o costume de se abrir.

Tá legal, quem perde sou eu mesma. Sei disso. Mas também não adianta brigar comigo mesma, ainda mais quando sei que tenho de ficar tranqüila pra encarar o repuxo que vem por aí. Que será bravo. Vai ver que é isso que está me angustiando tanto. Enquanto a correria não começa, a gente fica só imaginando o que vem – e os problemas crescem. No meio do vamos ver, o que vier a gente resolve...

Mas essas correrias anunciadas, enquanto estão anunciadas, só servem pra deixar a gente inquieta e desassossegada. Tenho certeza que na semana que vem tudo estará nos eixos de novo.

É só a correria passar... Acho...

abril 25, 2008

Rumo a Ilha!!!


Fiz seis almofadas, quatro panos de cortina, um travesseirinho para deixar lá. E amanhã vou, de novo, pra Ilhabela. Volto domingo, se Deus quiser e ajudar.

Aliás, quero que Deus queira e me ajude muito na semana que vem. Vem chumbo grosso: dois fechamentos encavalados. Sorte que os assuntos são bem diferentes, assim não corro risco de misturar alhos e bugalhos...

Mas amanhã sigo para o descanso de uma semana sem cansaço. Ótimo. Como sempre o zoológico da filha vai junto. Sabrina, a macaquinha, vai na caixinha dela. Leona, a cadela, vai na caçamba, instalada num transportador gigantesco que quase sempre vai cercado de malas e bagagens. E lá, à nossa espera, estará Aleluia, o gato da casa.

Vamos aproveitar, então!

* * * * *

P.S.: A imagem, eu garfei de um site. Espero que não me traga problemas...

abril 21, 2008

O 20º gato


O vigésimo gato de minha vida atual não é meu e não mora comigo, mas dormiu duas noites seguidas na minha cama, ao meu lado. É o Aleluia, o gato que vive na casa que a filha alugou em Ilhabela – casa linda, com uma varanda maravilhosa que revela uma vista divina. A mesma vista que vejo da janela do quarto – três metros e meio de janela, dá pra acreditar? Só que preciso providenciar cortinas para lá, urgente: a claridade do dia entra com tudo. Pela foto, dá pra ver: aquela água-furtada é o meu quarto.

Não tirei fotos do Aleluia, mas ele é lindão. Tigrado em tons de preto, branco e cinza, tem uma cara redondona e olhos pidões. É manco de uma das patas traseiras, o que não o impede de sair pulado por aí. Com as portas fechadas e Leona circulando pelo jardim, ele vinha para o quarto pelo telhado, uma solução tipicamente felina, escalando uma árvore. Só quando caminha é que a gente percebe o defeito – e aí morre de dó...

O fim-de-semana na ilha foi de arrumação e descanso. E foi bom, muito bom. Choveu, não fez calor e os borrachudos continuam ativos, mas isso é a ilha. A casa precisa de alguns ajustes: a varanda aberta, sem guarda-corpo, é um risco para as crianças – aliás, o neto está na janela, na foto. Mas isso é coisa pra se resolver já no próximo final de semana. O genro vai passar cordas em torno da varanda, solução prática e barata. Não vale a pena gastar muito em casa alugada.

Construída bem no alto, na ponta do morro, a casa parece um ninho. E virar ninho dos Placa é só uma questão de pouco tempo...

abril 17, 2008

Homenagem

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Vereador Antonio Carlos Rodrigues, tem a honra de convidar para a sessão solene em homenagem aos profissionais e veículos de comunicação dedicados ao jornalismo e a comunidade nipo-brasileira, por iniciativa do vereador Aurélio Nomura, do sindicato dos Jornalistas Profissionais no estado de São Paulo, da Federação Nacional dos Jornalistas e em parceria com o jornal São Paulo Shimbum, no dia 28 de abril de 2008, às 19h30, no Plenário 1.º de Maio – Palácio Anchieta.

O convite foi entregue aqui em casa. Junto, um papel com o programa – vai ter até entrega de placa personalizada aos homenageados! – informando que meu nome foi incluído entre os homenageados e pedindo um currículo breve que fará parte de um caderno especial. Na lista de homenageados, meu nome está ao lado do de Celso Kinjô, Jorge Okubaro, Nair Suzuki, Hideo Onaga, Takao Miyagui – profissionais de alto quilate, que tenho na mais alta conta. Me senti extremamente honrada. E agradecida por terem apontado meu nome.

Gente, vou receber homenagem! Não é chiquérrimo?

Esse post vai sem imagem porque deu algum pau no programa de acrescentar imagens do Blogger. Tudo bem, a felicidade permanece igual...

abril 14, 2008

Fotos & fotos


Não sabia que os meninos tinham tirado essa foto. Eles (o filho, mais um casal de amigos) passaram a tarde domingo brincando de fazer sleeve faces (veja o que é) e, quando fui olhar o resultado no Flickr, está lá dona Penélope/Margarita/Zig – a gatinha tem esse tantão de nomes, de acordo com a casa onde morava. Aqui em casa o Guille a chama de Zig; eu, de gatinha mesmo. Margarita é do tempo em que ela era companheira de Tequila e Jose Cuervo (aquele que aqui em casa virou Zeca mesmo). A foto – linda! – é do Flavinho, meu designer favorito.

Antes, eles fizeram uma pesquisa rápida nos LPs que ainda existem aqui em casa. Tem um monte, dos mais variados estilos. Esse tipo de foto não dá pra fazer com capa de CD. E até eu entrei na brincadeira, fornecendo pano de fundo e bolinho de chuva pra alimentar o povo...

* * * * *

Achei a jarrinha com copo na Preçolandia e já vou lá comprar. Assim, substituo esta sugestão de presente por outra: um casaquinho de lã, desses de velhinho, com decote em V, abotoado na frente e com dois bolsos. O Guille tem um, que eu namoro direto – ele sabe do que eu estou falando...

* * * * *

Filhota foi pra Conservatória e voltou cheia de fotos – estão aqui. O lugar, que só conheço de nome há muito tempo, é mesmo muito lindo. Serras são boas para a gente olhar e se perder nos horizontes. São a exata dimensão do minúsculo que são a gente e os nossos problemas...

abril 08, 2008

Lista para mamãe


No ano passado eu fiz a listinha e deu certo. Foi um pouco mais tarde, acho que era meio de abril. Mas este ano estou meio ansiosa, então a lista vai antes – e eles terão mais de mês pra decidir quem dá o que para a mamãe no dia 11 de maio...

Já tem algum tempo que penso em ter um bambu mossô. Acho lindas as formas que dão a essa árvore. Mas ele exige um vaso bem grande – e eu ando sem espaço para mais plantas em casa... Acho melhor pensar em outra coisa e podar mais um pouco da primavera, que já está extrapolando. De novo.

Ando pesquisando preços de lap tops, mas acho que isso vai ficar mesmo por minha conta. Pedir isso pra filho é sacanagem é exploração. Então, não levem em conta esse pedido.

Todas as noites eu levo uma garrafa de água para o quarto. E ando procurando uma jarrinha de vidro cuja tampa é um copinho – tem também em barro, com copo idem. Pequenina, acho que cabem 750 ml de líquido, se tanto (a garrafa que levo para o quarto é de 750 ml, por sinal). Ainda não achei, mas sei que existe. Este seria um presentão!

Com o friozinho chegando, acho que vale pedir conjuntos de calças fuseaus com túnicas de mangas compridas ou três-quartos. Cores e estampas, todos conhecem meu gosto. Acho que a Criatiff já deve ter alguma coisa desse tipo e se os tamanhos forem os mesmos do verão, o M cabe legal!

Pedi no Natal, mas não tinha saído ainda. Agora já tem: a trilogia do Piratas do Caribe em DVD. Além de divertido, tem Orlando Bloom! Iam, iam, iam... E é sempre um filminho legal pra ver com neto, quando ele vier dormir aqui.

Acho que é por aí – e até meio que adivinho quem vai dar o que. Mas isso só revelo depois...

* * * * * *


Procurei, para ilustrar este post, uma imagem do Kliban que tenho estampada numa camiseta que os meninos me trouxeram dos Estados Unidos há alguns anos. Aliás, pensando bem, acho que já tem uns 10 anos... É a Momcat, a versão maternal do gato gordo do Kliban, com metade do corpo na frente da camiseta e a traseira na parte de trás, com três gatinhos pendurados no rabo. E descobri, pasmada, que não existe essa imagem na Internet. Mas tem o Dadcat – então, na falta da mãe, vai o pai mesmo.

Mas sob protestos!

abril 04, 2008

Gabarito!


Criei coragem e fui checar o gabarito do concurso. O começo foi promissor: 16 acertos em 20 questões de Língua Portuguesa; 14 acertos em 15 questões de Atualidades; 7 acertos em 10 questões de Inglês. Afundei em Conhecimentos Específicos: 3 acertos em 15 questões – e essas questões tinham peso 2 e são o primeiro critério de desempate! No fim das contas, acertei 40 respostas e completei 62,5 pontos. E está lá no edital: “Será considerado habilitado na prova objetiva e na prova prática o candidato que obtiver nota superior ou igual a 60 (sessenta) pontos e não zerar em nenhuma das disciplinas da prova”. Ou seja: passei raspando, mas passei. Mas não serei chamada para a prova prática, já que apenas os dez primeiros colocados farão. Boa sorte para eles – espero, como já disse antes, que estejam naquela turma cuja horta não vê chuva há muito tempo!

Ter um bom nível de acerto em Inglês me deixou particularmente contente. Pra quem nunca fez nenhum curso de inglês na vida e deve o pouco que sabe às letras de música dos Beatles, aos inúmeros telegramas de Reuters, AP e France Presse que teve de traduzir pra produzir notícia e agora, mais recentemente, aos livros de Harry Potter e aos romances água-com-açúcar, o resultado é dos melhores – fiquei contente comigo mesma, de verdade!

Bom, foi bom. E, felizmente, estão pintando trabalhos – se a agenda que me foi proposta for cumprida, vai ter trabalho de montão!

Espero que tudo continue assim!

* * * * *

P.S.: Achei essa foto no stock.xchng – achei tão idiota que tinha de colocar no post!

março 31, 2008

Dia de concurso


Tinha um ror de gente. Falavam em cinco mil inscritos, todos lá, fazendo prova. Bom, para o cargo que eu tentava – Editor III - tinham 760 pessoas. Todas atrás de duas vagas, com salário de R$ 9 mil. É mole? Todo mundo quer um salário bom, fixo e seguro, no governo. E daí que é pela CLT? É aposentadoria pelo teto, na certa...

Me senti de volta aos vestibulares. E não gostei. Não gostei na época certa, imagine agora! Provinha chata, 60 questões, dizia a capa do caderno de questões. Claro que teve uma cururua que foi fuçar no fim da apostila. E viu que só haviam 53 questões – cadê o resto? Descobrimos que todo mundo estava com o caderno incompleto, não apenas na sala onde eu estava, mas em todas as classes. Veio uma moça simpática, avisou que a folha faltante já estava vindo e que era para a gente ir resolvendo o resto.

Foi o que fiz. No segundo texto, eu já bocejava. Se esse é o tipo de texto que eles entregam para a gente editar, não sei se terei saco pra isso, não (mas primeiro tem de passar, né, companheira?). Eu não interpreto textos, eu leio, apreendo o conteúdo e trabalho com isso. No meio, questões gramaticais. Comecei a rir logo na primeira. E dei muita risada, por todo o tempo. Tem aquelas piadas particulares, que a gente lembra nas horas mais impróprias. E tem a piada que a gente mesmo é... A cereja do bolo foi um cálculo para quantidade de papel necessária para se imprimir uma revista com páginas de tamanho x. Tenho certeza de que essa eu errei. E o povo, na saída, ainda discutia o cálculo!!! Lá pelas tantas, saí para fumar um cigarro - e mais uma vez a sensação de colegial: só podia no banheiro!

Mas encontrei um monte de gente conhecida, gente que gostava antes e que gostei de encontrar agora. Tinha gente que não gostava antes e que não gostei de encontrar agora, mas isso passa. Só na classe onde estava, tinha quatro conhecidos - a quinta pessoa que eu sabia que ia, não foi. Terminei a prova em menos de duas horas. Fiz questão de fazer hora na saída, esperando as outras pessoas pra jogar conversa fora, ter notícias, saber o que andam fazendo. Foi gostoso.

No fim, devo confessar, me diverti. Não com a prova, mas com as pessoas. E com o programa – de índio, tá bom... – diferente. Fiquei pensando em como está a vida hoje, para um monte de gente se abalar num domingo à tarde pra fazer uma prova três horas e meia de duração. E, se boa parte dos que estavam lá só buscavam a segurança de um salário garantido, alguns foram porque se encontram absolutamente sem saída. Para esses vai a minha torcida. Bem ou mal, tem caído alguma chuva na minha horta.

Tem horta que não vê água faz tempo....

março 24, 2008

Descanso congestionado


Tinha tudo para ser um fim de semana tranqüilo na praia, com um pouco de sol e muito nada pra fazer. Não foi bem assim. Mas tudo bem – teve bons momentos e descanso, que é o que importa.

Nunca tinha vivido uma noite na estrada. Na ida, foi o que aconteceu. Cansei de ouvir e ver, pela TV, os congestionamentos daquilo que na redação a gente chamava brincando de "a volta do êxodo". Passei por isso, também.

Sair de casa por volta da uma da manhã seria a garantia de estrada livre e viagem rápida: ledo engano. Lá pelas tantas, apareceu um congestionamento. Tudo bem, andava-se devagar – mas andava-se. Até que tudo parou. A explicação só apareceu mais tarde, quando recomeçou o deslocamento. Tudo bem, a gente entende... Mas aí já se tinha gasto mais de duas horas. Chegamos com dia claro. Claro que a manhã foi para dormir...

Sexta passou envolta em algodão, aquela sensação irreal que fica quando se passa uma noite em claro e não se descansou o suficiente. Dia de preguiça, ponteado de cochilos e nenhuma vontade. O sábado já foi mais animado. Descansados, saímos para tomar sorvete, passear, comer uma pizza. Mas o pequeno, que não se mostrava na melhor forma, ficou com febre. Que se prolongou por toda a noite e pelo domingo.

Domingo teve festa pela manhã. A caça ao tesouro animou todo mundo, inclusive o pequeno que, sob efeito do analgésico, estava na maior alegria. Mas como ninguém se engana com o efeito dos remédios, decidimos voltar depois do almoço. Nós – e todo mundo que viajou no feriadão...

Mais congestionamento, mais de seis horas de estrada... Mas chegamos e a vida segue.

Quantas experiências inéditas....

março 18, 2008

De larápios a negócios


Roubaram meu hibisco!!! Aquele hibisco lindo, que tinha colocado no canteiro da calçada, que dava maravilhosas flores amarelas com miolo vermelho agora deve estar enfeitando o jardim de outra pessoa – é o que espero, pelo menos. Bem que tinham me avisado que plantar alguma coisa tão bonita na calçada era um convite aos ladrões – mas roubar planta?!?! Que coisa mais maluca!

Bom, agora já foi. O jeito é comprar outra coisa pra colocar no lugar. Uma florzinha dessas bem comuns, que não atraia a atenção dos larápios. Agora, larápio de flor é novidade pra mim...

E não foi só de mim que o(a) pilantra roubou: tirou de muita gente que passa pela calçada o prazer de ver uma coisa bonita...

* * * * *


E teve, na semana passada, o encontro com as velhinhas. Explico: tem um grupo de velhas jornalistas (velhas mesmo, a faixa etária ficava entre 55 e 65 anos, com a média batendo na faixa mais alta) que se encontra periodicamente pra jogar conversa fora e ver quem ainda está vivo e quem passou pelo hospital. Eu sabia dessas reuniões, conheço todas elas, mas fui convidada pela primeira vez. E me diverti um bocado.

Claro que teve papo de doença – em encontro de velhinhas, este é quase um assunto obrigatório. Mas doença dos outros, felizmente nenhuma tinha ficado doente no último mês. Política, homens, Barack Obama, comida – teve de tudo em torno da mesa. Fazia tempo que não entrava numa conversa assim, com gente informada e inteligente.

E agora já fui incluída no grupo. Que bom!!!

* * * * *

Já não é a primeira vez que dou razão ao dito que diz: cuidado com o que você quer. Você pode conseguir... Pois é: digamos que minha situação financeira não está de dar inveja. E eu vinha rezando, pedindo aos meus santos protetores que me ajudassem a encontrar uma solução. Veio na forma de uma pletora de trabalho e de responsabilidade, duas coisas que não gosto, mas não tem jeito: faz parte da vida. Ou seja: minhas preces foram atendidas. Se não foi como eu gostaria, isso é só um detalhe...

Na verdade, o trabalho não assusta. É legal, quando a gente faz com gente legal, o que é o caso. Problema é negociar, conversar, negociar de novo, discutir. É e-mail que vai, e-mail que vem – um telefonema resolveria, como resolveu. Sempre digo que não tem nada que substitua a conversa presencial.

Mensagens são perigosas: a palavra escrita tem o tom que o leitor dá, nunca o tom do remetente. Por isso, acho, inventaram os emoticons – que a gente não tem como colocar em mensagens de negócios.

Adoro escrever e receber e-mails – mas só os pessoais. Negócios, só cara a cara.

março 04, 2008

Para olhar e comer


Logo que mudamos para a casa, há mais de três anos, quis plantar ervas no quintal. O Pão de Açúcar me revelou o capuchinho, que cismei que deveria ter. Fui ao Ceasa e comprei as mudas. Sonhava com uma linda salada verde, temperada com folhas picadinhas e enfeitada com flores, vermelhas, amarelas ou cor de laranja, que dariam um tom dramático no olhar e picante no paladar.

Plantei do lado do viveiro de Ig, a iguana que na época reinava absoluta no espaço que criamos só para ela. Ig literalmente engoliu meu sonho: as mudas de capuchinho, que começavam a crescer, viraram refeição para ela. Era um esforço danado: ela tinha de se esticar toda e lançar a língua em toda a extensão para alcançar os brotinhos mais afastados, mas acho que valia a pena: ela comia que dava gosto. E eu fiquei sem capuchinho. Desisti de plantar mais e me contentava em ter uma salada dramática quando ia ao Pão de Açúcar (mas é caro e é raro encontrar uma bandeja só com capuchinho).

Tenho alguns vasinhos pendurados no quintal, todos com suculentas. Num deles, que tem uma suculenta que parece um fio de pérolas verdes, cresceu um mato bonitinho, de folhas arredondadas. Deixei. E agora, que não tem mais Ig, transformei o viveiro dela num local para plantas. Tirei o mato bonitinho do vaso e plantei lá, junto com o xuxu e ao lado da batata.

Pasme: era capuchinho. Como foi parar no vasinho, só Deus sabe. Mas gostou de ter muita terra e espaço à disposição. Foi se enroscando na tela, cada dia maior. E agora deu a primeira flor. Tem outros botões se formando. Está linda!

Mas quem disse que eu tenho coragem de comer essa primeira flor?

Gatos e filhos


“Primeiro tem de passar a raiva”, disse um filho, quando comentávamos da possibilidade da ex do outro filho visitar a gente – não a gente, os gatos que ela tinha junto com o filho e que vieram direto pra cá – já contei que agora são 19 e o porquê, né? Sei que ela adora esses bichanos e tem muita saudade. Quem teve gatos sabe como é isso – aliás, as fotos são de dois dos bichinhos novos. Mas me surpreendeu a frase e o significado dela.

Concordei, na hora. Depois fiquei pensando. Como ele sabe disso? Terá passado momentos assim, de raiva, por causa de alguma sirigaita? Claro, porque só pode ser sirigaita a sujeita que faz um filho meu sofrer... Tá bom, é verdade que o filho é que pode ter aprontado alguma... Mas isso não importa. O que importou, no momento, foi a constatação de uma coisa que eu nem imaginava que meu filho soubesse e que implica em ter vivido um sofrimento, em algum momento.

É verdade, tem de passar a raiva. E eu sei que ela passa, em algum momento, não conheço o mecanismo exato, mas sei que funciona. Tempo. A vida. A tal da roda viva que carrega a saudade pra lá. Se o Chico cantou isso lá nos idos anos 60, como é que eu achei que meu filho não sabia disso?

Tem mãe que é burrinha, mesmo... Dizem que mãe sempre acha que os filhos não sabem nada, não conhecem nada e que ela existe só para protegê-los das maldades do mundo. Sou obrigada a concordar. Vira e mexe me pego pensando no que um dos pobrezinhos vai fazer, como vai se virar em alguma situação assim ou assado.

A gente sempre se esquece que os sujeitos são indivíduos, com idéias e personalidades próprias, que fazem deles seres únicos. Cada um é cada um, não é assim? Bom, partindo desse princípio, acho que está errado quem diz que mãe é tudo igual, só muda de endereço. Mães também são indivíduos com idéias e personalidades próprias, seres únicos.

Mas, bem no fundo, acho que a maternidade meio que padroniza as mulheres...

* * * * *

Para quem acompanha minhas aventuras crochetais, comunico que iniciei a manta da filha, em tons de rosa e roxo, conforme ela queria. Assim que estiver pronta, fotografo e mostro.

fevereiro 26, 2008

Mea culpa...


Pronto, terminei mais uma! Ficou linda, também, supercolorida! E a cabeça já trabalha em outra, mas vai ter de esperar um pouco porque agora entro em trabalho sério. Toda vez que escrevo sobre trabalho sério lembro de uma amiga – psicóloga, claro! – que pergunta por que cargas d’água trabalho não pode ser prazeroso e sempre tem de ser sério. Não pode ser as duas coisas?

Acho que pode, mas nem sempre o que dá prazer rende dinheiro. E geralmente a gente precisa de um para ter o outro. Assim, tenho de mexer com as letrinhas, das quais também gosto, para poder brincar com meus fios, para dar comida aos meus bichinhos, para cuidar das minhas plantinhas... Para viver, em resumo!

Mas enquanto eu fazia os módulos desta última manta, lembrei do filme Como Água para Chocolate, dirigido pelo mexicano Afonso Arau, baseado no livro de Laura Esquivel. Tita, a heroína da história, é uma jovem que faz comidas maravilhosas e tricota uma manta coloridíssima e sem fim. Em uma cena, ela é levada de charrete enquanto tricota – e a manta vai se arrastando atrás, enorme, infinita...

Fiquei pensando que se juntasse tudo o que fiz em tricô e crochê até hoje o resultado seria mais ou menos o mesmo. Só que dividi em várias partes e dei muitas delas para várias pessoas que agora, de alguma forma, têm um pedaço de mim. Soa bonito, né? Gosto de pensar que sou uma pessoa altruísta, acho que para contrabalançar outro sentimento que aparece de vez em quando, de ressentimento.

Volta e meia me pego lembrando de alguma coisa que alguma pessoa fez ou falou, que não gostei. Como o sujeito que há mais de 30 anos me disse, em tom ameaçador: “O que eu puder fazer para te prejudicar, eu vou fazer”. Isso porque eu pedi de volta um jornal que eu tinha comprado e emprestado para ele ler...

Pera lá: 30 anos é muito tempo para alguém lembrar que disse isso. Ou que ouviu. Mas eu lembro. Não conto quem falou, uma pessoa que profere uma coisa dessas não pode ter o nome citado em lugar nenhum. Mas isso é ressentimento, coisa mesquinha. Eu mesma digo que o que passou, passou e pronto, bola pra frente. Mas a minhoquinha fica lá – e de vez em quando reaparece. Ainda bem que é muito de vez em quando.

Mas... que coisa mais feia!!!

fevereiro 24, 2008

Chuva e flores


Domingo de chuva, preguiça geral. Até os gatos preferem se enroscar em algum cantinho pra continuar com a soneca iniciada em algum momento no passado. Alguém disse que os gatos dormem em média 18 horas por dia. A cada dia que passa tenho mais certeza disso – mas compensam tudo nas seis horas que passam acordados.

A chuva atrapalhou mas me impediu de cumprir uma tarefa que tinha reservado para hoje. Todo mundo sabe que adoro flores. Particularmente os hibiscos. Mas as mudas de hibiscos que comprei do hibisco.com há alguns meses não florescem. Teve aquele amarelo e nada mais. Em outra ocasião, comprei uma muda de hibisco vermelho na Cobasi que dá flor direto. Quando voltei à loja, há alguns dias, comprei outra muda, desta vez de um hibisco amarelo com miolo vermelho. Claro que não tinha onde plantar – meu jardim está atulhado. Então podei a lantana do canteiro da calçada, limpei bem o espaço e coloquei o hibisco novo lá. Hoje abriu uma flor – é esta, da foto. Aproveitei um momento de chuva fraca e fiz a foto. Espero que esta muda seja igual à outra, a vermelha: dê muitas flores, sempre!

A outra colcha progride, não tão rápido quanto a anterior, mas está indo. Faltam ainda oito módulos para terminar. E já tem encomenda para outra: a filha também quer uma, só para ela. Em tons de rosa e roxo. Já tenho o desenho na cabeça, só preciso comprar a lã. E ver se a disposição de crochetar se mantém até lá...

Porque parece que está voltando a vontade de costurar...

fevereiro 19, 2008

Crochê e lembranças


Parece que postar alguma coisa fica cada dia mais difícil. Aliás, cada mês... Se fosse no tempo da máquina de escrever, eu diria que estou economizando fita. Mas não é o caso. É preguiça, mesmo. Ou falta do que falar.

Na verdade, tem muito a ser dito, mas nada que possa ser expressado. Não deu pra entender? Não tem importância. Cada um que interprete como quiser... E o “cada um faça como quiser” equivale ao “tô pouco me lixando para os outros”, que é mais ou menos a disposição do meu espírito ultimamente. Não quero me explicar, é isso.

Mas tem coisas que valem a pena contar e mostrar. Todo mundo sabe que tenho um neto. Todo mundo sabe que adoro fazer tricô, crochê, bordado, essas coisas que antigamente eram credenciais para uma moça casadoira. Aí, de repente, percebi que nunca tinha feito alguma coisa para o meu neto. Alguma coisa que ele pudesse guardar para, quem sabe no futuro, lembrar da vó Ninita. Juntou a vontade com a inspiração. E deu essa colcha linda, que me fez até sair atrás da máquina fotográfica do filho pra ter uma imagem dela no blog (e não foi só sair atrás da máquina fotográfica: tive de fotografar e descarregar as fotos no computador, coisa que nunca tinha feito antes).

Poucos trabalhos me provocaram essa reação, de querer mostrar para o mundo aquilo que fiz. Um deles está aqui em casa: uma outra colcha, igualmente colorida, que fiz para o filho. Não fotografei, mesmo porque na época as máquinas digitais ainda eram artigo de luxo e a gente preferia mesmo foto em papel. Ainda preferimos, mas ninguém pode deixar de lado as facilidades da vida digital...

Isso me lembra outra coisa: minha produção fica bem mais bonita em momentos de nada a fazer. Essa colcha do filho foi resultado de horas e horas de espera em ante-salas de médicos e hospitais, quando ele enfrentou uma cirurgia no joelho. Antes, tinha feito um xale, mas esse ficou pronto muito depressa, ainda tinha muita hora pra gastar em trabalhos...

Agora comecei outra, formada por outro tipo de módulo. Se ficar tão bonita quanto, fotografo e mostro aqui. Mas fazer crochê me fez pensar em várias coisas. Ponto vai, ponto vem, lembrei que há muitos anos até cometi um conto com intenção de ser erótico, sobre esse vai-e-vem da agulha. Nem sei onde enfiei, devo ter jogado fora. Ruim que só...

E lá pelas tantas me dei conta que sempre tive a penseira do Dumbledore, que eu tanto invejo. Meus trabalhos de agulha contêm, em seus pontos, milhares de idéias, projetos, sonhos, lembranças. Coisas que atravessam minha cabeça e que nem sempre consigo resgatar depois. Não lembro, mas muitas boas idéias devem ter se perdido no meio das lãs e linhas trabalhadas. Tristezas, alegrias, decepções, raivas, entusiasmos, felicidades – está tudo lá, disfarçado em desenhos e formas coloridas. Só não dá pra entrar lá dentro e pegar alguma coisa de volta.

Linha que virou ponto não tem volta, fica entremeada na carreira seguinte...

fevereiro 03, 2008

Renovação


Fim de janeiro, começo de fevereiro e três nascimentos. Tá bom, eu sei que bebês nascem a todo instante pelo mundo, mas estes três, de alguma forma, têm ligação comigo.

Primeiro foi Antônio, filho de uma amiga da filha, para quem eu tinha pronta uma mantinha de crochê (tem foto do Antônio, não da manta, no blog da Ma – ela, como eu, baba com bebês...). Foi dia 28, em Campinas. Depois, dia 30, do outro lado do Atlântico, fui avisada que tinha nascido Aniela Gabriella, filha de um amigo muito querido que agora mora na Polônia. Já programei um chope comemorativo com os amigos comuns. Já que a gente não pode ir pra Polônia beber uma vodka e fumar um charuto (dispenso um e outro, sem remorsos), vamos tomar uns chopes mesmo. E, afinal, Yan veio ao mundo no dia 1.º, filho de outra amiga da filha. E, para ele, estou crochetando uma cobertinha de lã – torço para o tempo esfriar para voltar ao trabalho. Com esse calorão, não consigo nem olhar para as lãs, quanto mais trabalhar com elas...

Não sei que tipo de relação vou ter com essas crianças. Se vou vê-las muito, pouco ou nunca. Mas isso não importa: o que meteu caraminholas na minha cabeça foram esses três nascimentos encarreados num momento de mudanças. Para mim, é como um sinal de renovação. De recomeço do zero.

No que vai dar isso tudo, é caso de acompanhar ao longo do tempo.

Será que vai dar tempo?

janeiro 20, 2008

Torcida


“...táqueo!!!!” O grito veio da sala. Ou terá sido do quarto? Chute qualquer um e terá acertado. Fim de semana com jogos na televisão, começando às 18h00, dois filhos torcedores, duas TVs e pronto: está feita a festa. Com direito a gritos, desabafos, protestos e, claro, palavrões. Vários e muitos, nenhum desconhecido. Nessa área, o velho e bom é que vale mesmo.

Um na sala vendo o futebol americano. Em períodos normais de clima e temperatura, eu até ficaria lá junto, vendo. Hoje, nem pensar. Decisão da Conferência Americana, San Diego Chargers e New England Patriots. Os Patriots fizeram a temporada perfeita: 16 jogos, 16 vitórias. Os Chargers venceram 11, perderam 5. Mas final é final e quem ganhasse estava no Superbowl. O filho torce pro Chargers, uma ligação que ele consolidou depois de alguns meses morando na Califórnia. Mas não deu – os novos ingleses é que vão para o Arizona.

No quarto rolava a segundona, com – esperava-se – show do Coringão em cima do Azulão. Parece que não teve. Esqueceram de avisar as estrelas, que ficaram apagadinhas. Também não vi, que não sou besta. Fiquei quietinha no computador, jogando Cradle of Rome e também xingando, mas a mim mesma, e pedindo desculpas à mãe, que não tem culpa da filha desbocada que teve.

Lá pelas tantas, um pedido: mãe, é abusar muito pedir pra você estourar pipoca? Não, não é muito abuso. Só um pouco, mas mãe está acostumada. E foram duas tigelonas, uma para cada um. Eu fiquei de fora: já sofri muito com casquinha de pipoca que fica presa na gengiva.

Nervoso esportivo, a gente cura com pipoca...

janeiro 12, 2008

Registro que vale


Eu não ia postar nada hoje, mas recebi este e-mail. Que registro aqui. Do qual entendi a essência, mas não sou capaz de traduzir:

Sra Outsuka Lenita
nikaimo me-ru wo itadaki arigatougozaimasu. hiniti no henkou yoku wakarimashita. Goshinsetsu kannsya itashimasu. Kongo tomo yoroshiku onegaiitashimasu. Artigo wo tanoshimini shiteimasu. Itsuka yukkuri oaishimasyou.


É de dona Akamine Sonoko – o nome dela é Sonoko, Akamine é sobrenome, ela usa a forma japonesa de identificação – a velhinha aquela que pediu minha ajuda para localizar os imigrantes de Okinawa que vieram no Kasato Maru. a mensagem, porém, ela assina só Sonoko. Ou seja: pelos padrões nipônicos de etiqueta, já somos amigas...

Não são muitos que podem declarar ter recebido uma mensagem em japonês escrito no formato ocidental...

janeiro 09, 2008

Ano novo, vida nova


O ano já tem quase dez dias e eu ainda não postei nada. Bom, estava fora. E aí as coisas foram acontecendo, acontecendo, acontecendo. Mas agora acho que já dá. Vamos por tópicos, que acho mais bonitinho.

* No amigo secreto, quem me deu presente foi o filho mais novo. O CD da Fernanda Takai e a edição dupla do Clube da Esquina. E, de presente de Natal, ele me deu o pacote dos Traveling Wilburys – tem até DVD! O encontro foi gostoso, com pizza feita pelo filho mais velho. Muito boa!

* Aí, no dia seguinte, viagem para Ilhabela. Parênteses para uma explicação. Normalmente isso não me afeta, mas, desta vez, pegou um pouco: lembrei que se nada houvesse mudado, completaria 34 anos de casada. E, por causa das mudanças, completei 7 anos de separada. Esta foi o primeiro reveillon na praia, desde o comunicado em Paraty, num 28 de dezembro de triste lembrança.

* Reveillon de branco, comme il fault. E – pasmem! – usei um tomara-que-caia! E ele não caiu!!! Acho que nunca antes, em toda minha vida, tinha usado um tomara-que-caia. Sempre achei que ele ia cair mesmo, já que não tem muita coisa que o segure no lugar...

* O restaurante estava cheio de pingentes caindo do teto, feito de contas de plástico tansparente que davam um efeito muito bonito. Puxei uma e peguei de lembrança... Pelo preço cobrado, todo mundo devia fazer a mesma coisa. Musiquinha gostosa, ambiente tranqüilo e festivo. A comida não estava grande coisa, mas o que vale, nessa hora, é a festa mesmo.

* O calor estava de matar. Rachar coquinho era fichinha, perto da sensação térmica de derretimento. Junte os borrachudos, que quando atacam parecem desencadear, além da coceira desenfreada, uma onda de calor maior ainda pelo corpo, e pronto: o humor foi pras cucuias... Haja repelente e banho frio!

* Mas o sol faz muito bem à ilha. Estava linda, radiante. E aquela paisagem chama por horas e horas de contemplação, só enchendo os olhos de beleza.

* Li um policial meia-boca, em inglês: Wrong place, wrong time, de Andrea Kane. Literatura policial para mulheres. Bom para encher os olhos, esvaziar a cabeça e, no caso, treinar o inglês.

* A volta foi sossegadíssima – e eu contava com trânsito pesado! Nada disso: quem estava na praia, pelo jeito, não tinha intenção nenhuma de voltar. Só eu e mais uma meia dúzia de gatos pingados no ônibus...

* Logo na volta, a bomba: o filho mais novo, que eu acreditava casado e assentado, me avisa que rompeu com a namorada. E anuncia uma possível volta para a casa da mamãe, por questões financeiras. Como dizia a mãe do Forrest Gump, a vida é como uma caixa de bombons: a gente nunca sabe o sabor que vai pegar...

* Bem que meu horóscopo, desde meados de dezembro, falava em mudanças... e eu só dava risada, achando que era bobagem...

* A boa nova é que finalmente o suplemento que está pronto desde novembro vai sair do limbo. E foi fechado patrocínio para mais três edições, até junho. Viva!!! Espero que venham mais e mais coisas!

* A ilha também me encheu de idéias de coisinhas para fazer. O artesanato lá é lindo, mas caro. Paguei R$ 25,00 por um pingente para colocar na janela feito em feltro e com, no máximo, umas 20 continhas coloridas, bem mal acabado. Comprei, vi como era feito e estou fazendo outros. Melhores e mais bonitos, claro!

* E, finalmente, ontem encarei uma senhorinha nipônica, com dificuldades para falar português, que veio me pedir ajuda para uma pesquisa que está desenvolvendo para o centenário da imigração. Foi divertido: ela misturando um português razoável com um japonês bem falado e eu misturando meu português bom com um japonês sofrível. Mas a gente se entendeu. Eu só não sabia como responder quando ela me agradecia efusivamente pela ajuda se curvando até formar um “L”. Sei que isso é sinal de respeito, mas nunca soube como a gente tem de responder...

* O ano começou cheio de coisas novas. Tomara que continue assim!