março 21, 2006

Então, estava assim: três amigos reunidos numa mesa, todos devidamente acompanhados das namoradas e eu, a mãe, de xereta. O quarto amigo era exatamente o que estava no altar, o protagonista do dia, o noivo. E, de novo, aquele momento de mosquinha que pousa e fica só observando, ouvindo, anotando...

Histórias engraçadas, mas nada de hora da saudade. Eles são amigos, conversam com freqüência, mesmo que não se encontrem. E a grande fonte de gozação era o meio-fraque do padrinho, aquele que até pouco tempo atrás só usava calça de moleton... Ninguém me tira da cabeça que o noivo fez de propósito. Deve ter pensado: “qual o amigo que ficaria mais sacaneado por usar esse tipo de roupa?” A escolha foi fácil... E ser padrinho é uma honra que não se declina.

Mas valeu tudo, do começo ao fim. Festa com direito a música sertaneja - pasmem, o povo dança isso loucamente, foi o que levou todo mundo pro meio do salão! – e até momento I’ll Survive (gozado, todo mundo associa essa música aos gays, mas todo mundo adora dançá-la e solta a franga) e YMCA (com os movimentos copiados do Village People). Decididamente não tem nada mais divertido e brega do que festa de casamento.

Fiquei contente de, mais uma vez – foram dois fins de semana consecutivos! – presenciar um momento feliz da vida do meu filho, de saber que ele é uma pessoa querida por um bocado de gente muito boa. Como disse o pai do noivo, amigos são muito especiais.

A segunda é que foi de lascar. Como se não bastasse ser segunda-feira, a gripe atacou com força e com vontade. E eu fiquei meio de molho, me sentindo profundamente infeliz, alternando momentos de suadouro intenso com calafrios arrepiantes. Hoje a vida está melhor, bem melhor. Então, hoje a vida volta ao normal.

Mas a cabeça está vazia, parece que nada se fixa. Os pensamentos chegam e vão embora, nem dá tempo de pensar direito. Será que o cérebro está todo voltado para produção de catarro? Aliás, se houvesse uso industrial de catarro, eu seria uma fábrica de produção diuturna – e estaria rica. Só que seria passageiro, porque, todo toda boa gripe, essa deve ir embora logo.

Pelo menos, é o que eu espero...