março 22, 2010

Pequenas tragédias


Saí na sexta, voltei ontem. E perdi toda minha plantação de abobrinhas e berinjelas. Tudo bem, a gente planta tudo de novo e colhe em 48 horas – as vantagens do Farmville. E no balanço geral, acho que valeu a pena.

Muito tempo de silêncio, sem escrever nada. E não é por falta de acontecimentos. Tanta coisa rolou nesse período, que nem dá pra contar tudo num só post. Mas é muita tragedinha, nem vale a pena ficar falando sobre isso.

Uma amiga que tive na juventude costumava dizer que a casa reflete o espírito do dono. Se for assim, devo estar bem mal. De repente, tudo desandou a pifar: o pressurizador de água do banheiro, o fogão, a geladeira, o aquário, a televisão, o telefone. Por causa da fusão, tenho de transferir as contas do Unibanco pro Itaú. E minha relação tão boa com o Unibanco virou pesadelo: pensa que é fácil encerrar conta? Tudo aquilo que eles falam quando a gente abre uma conta é desdito no momento de fechar...

A compra da TV foi uma novela que ainda não terminou. Envolve troca de aparelho, brigas com SAC de loja (Fast Shop: fique longe deles!), ligações diárias. Por azar (deles e meu), estou num período sem trabalho e, portanto, totalmente disponível pra brigar, espernear e encher o saco (deles e meu). E isso por causa de defeito no controle remoto, que agora vou levar direto para uma oficina autorizada porque desisti de reclamar na loja. Vai ver que é isso que eles querem, passar a bola pra outros. Pior é que se a gente reclama, ainda tem de reconhecer que, pelo menos, eles têm um Serviço de Atendimento ao Consumidor. Ou seja: contratam ouvidos pra ouvir as malcriações da gente...

O fogão continua deixando as panelas pretas. Disse o técnico que veio aqui em casa que o problema é no registro que controla o gás, não é no fogão. Então, tem de trocar o registro que, segundo os entendidos, tem prazo de validade. Claro que já passou o prazo. Só que ninguém me disse isso quando instalei o sistema...

Correndo por fora, tem o dentista: precisei fazer uma prótese nova que está dando outro tanto de encheção de saco. É o protético que não acerta, o dentista que atende correndo e acaba machucando, é ida ao dentista toda semana. Mas confesso que não tenho pressa de ter um novo aparelho. Quase sempre isso quer dizer um tempo de ajuste, no qual não se consegue falar ou comer direito. Não tenho nenhuma vontade de passar por isso agora, não...

Se bem que ando mais pra silenciosa ultimamente. Concluí que gastar a voz é perda de tempo. Ninguém mais quer ouvir. Isso está tão cristalizado na minha cabeça que nem penso em comentar as coisas que acontecem comigo com outras pessoas, próximas ou não. Assim, acho que virei uma espécie de observadora: vejo, registro e não comento.

Na verdade, estou é virando ostra...