abril 04, 2008

Gabarito!


Criei coragem e fui checar o gabarito do concurso. O começo foi promissor: 16 acertos em 20 questões de Língua Portuguesa; 14 acertos em 15 questões de Atualidades; 7 acertos em 10 questões de Inglês. Afundei em Conhecimentos Específicos: 3 acertos em 15 questões – e essas questões tinham peso 2 e são o primeiro critério de desempate! No fim das contas, acertei 40 respostas e completei 62,5 pontos. E está lá no edital: “Será considerado habilitado na prova objetiva e na prova prática o candidato que obtiver nota superior ou igual a 60 (sessenta) pontos e não zerar em nenhuma das disciplinas da prova”. Ou seja: passei raspando, mas passei. Mas não serei chamada para a prova prática, já que apenas os dez primeiros colocados farão. Boa sorte para eles – espero, como já disse antes, que estejam naquela turma cuja horta não vê chuva há muito tempo!

Ter um bom nível de acerto em Inglês me deixou particularmente contente. Pra quem nunca fez nenhum curso de inglês na vida e deve o pouco que sabe às letras de música dos Beatles, aos inúmeros telegramas de Reuters, AP e France Presse que teve de traduzir pra produzir notícia e agora, mais recentemente, aos livros de Harry Potter e aos romances água-com-açúcar, o resultado é dos melhores – fiquei contente comigo mesma, de verdade!

Bom, foi bom. E, felizmente, estão pintando trabalhos – se a agenda que me foi proposta for cumprida, vai ter trabalho de montão!

Espero que tudo continue assim!

* * * * *

P.S.: Achei essa foto no stock.xchng – achei tão idiota que tinha de colocar no post!

março 31, 2008

Dia de concurso


Tinha um ror de gente. Falavam em cinco mil inscritos, todos lá, fazendo prova. Bom, para o cargo que eu tentava – Editor III - tinham 760 pessoas. Todas atrás de duas vagas, com salário de R$ 9 mil. É mole? Todo mundo quer um salário bom, fixo e seguro, no governo. E daí que é pela CLT? É aposentadoria pelo teto, na certa...

Me senti de volta aos vestibulares. E não gostei. Não gostei na época certa, imagine agora! Provinha chata, 60 questões, dizia a capa do caderno de questões. Claro que teve uma cururua que foi fuçar no fim da apostila. E viu que só haviam 53 questões – cadê o resto? Descobrimos que todo mundo estava com o caderno incompleto, não apenas na sala onde eu estava, mas em todas as classes. Veio uma moça simpática, avisou que a folha faltante já estava vindo e que era para a gente ir resolvendo o resto.

Foi o que fiz. No segundo texto, eu já bocejava. Se esse é o tipo de texto que eles entregam para a gente editar, não sei se terei saco pra isso, não (mas primeiro tem de passar, né, companheira?). Eu não interpreto textos, eu leio, apreendo o conteúdo e trabalho com isso. No meio, questões gramaticais. Comecei a rir logo na primeira. E dei muita risada, por todo o tempo. Tem aquelas piadas particulares, que a gente lembra nas horas mais impróprias. E tem a piada que a gente mesmo é... A cereja do bolo foi um cálculo para quantidade de papel necessária para se imprimir uma revista com páginas de tamanho x. Tenho certeza de que essa eu errei. E o povo, na saída, ainda discutia o cálculo!!! Lá pelas tantas, saí para fumar um cigarro - e mais uma vez a sensação de colegial: só podia no banheiro!

Mas encontrei um monte de gente conhecida, gente que gostava antes e que gostei de encontrar agora. Tinha gente que não gostava antes e que não gostei de encontrar agora, mas isso passa. Só na classe onde estava, tinha quatro conhecidos - a quinta pessoa que eu sabia que ia, não foi. Terminei a prova em menos de duas horas. Fiz questão de fazer hora na saída, esperando as outras pessoas pra jogar conversa fora, ter notícias, saber o que andam fazendo. Foi gostoso.

No fim, devo confessar, me diverti. Não com a prova, mas com as pessoas. E com o programa – de índio, tá bom... – diferente. Fiquei pensando em como está a vida hoje, para um monte de gente se abalar num domingo à tarde pra fazer uma prova três horas e meia de duração. E, se boa parte dos que estavam lá só buscavam a segurança de um salário garantido, alguns foram porque se encontram absolutamente sem saída. Para esses vai a minha torcida. Bem ou mal, tem caído alguma chuva na minha horta.

Tem horta que não vê água faz tempo....