setembro 15, 2009

Tênis e coração


Não adiantou não dar foto do meu favorito com medo de secar. Juan Martin del Potro, o meninão argentino, levou o título do US Open em cima do meu Rogerinho. Tudo bem, o Rogerinho já tem cinco títulos do open americano e ganhou uma montanha de dinheiro. É justo ter um novo campeão. E Del Potro fez por merecer. Jogou muito, impressionantemente bem. É meninão porque tem quase dois metros de altura e só 20 aninhos.

Mas minha paixão continua sendo o Rogerinho...

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Passada a novela dos transplantes de órgãos, já estou no meio de outra, esta de coração. Tudo a ver, né? Mas esta deixa pulgas atrás da orelha, o tempo todo. É ruim falar em vida saudável e verificar que se está fazendo tudo errado. Piora quando a gente percebe que não quer mudar. Ou não tem como mudar. Bom, pra consolar, fica a certeza de que, do ponto de vista da vida saudável, cometo um monte de erros. Então, se der problema – os médicos são unânimes em dizer que vai dar problema -, sei porque vieram. E não vou reclamar...

Tem algumas coisas curiosas. Por exemplo, o cliente fala em manter o coração jovem. Um médico que entrevistei disse que isso é impossível. O seu corpo tem a sua idade – ou mais, dependendo da forma como você o tratou ao longo da vida. É impossível alguém ter 50 anos e um coração de 20 anos – só se foi transplantado... Então, é inevitável que alguma coisa pife em algum momento. Levar a tal vida saudável, com alimentação sadia, exercícios físicos, sem excessos, fumo e álcool, sem dúvida retardam o momento de as coisas pifarem, mas não rejuvenescem. Então, aconselhei o cliente, vamos falar em coração saudável, que serve para qualquer idade...

Confesso que minha consciência pesou. Assim, por uns dez segundos. Até eu lembrar das maravilhas de uma bela feijoada, de uma linda carne seca pra ser comida com abóbora, de uma bela bisteca de porco, do prazer do cigarro depois do café. Meu pai dizia que o que a gente faz com vontade não faz mal – foi esse o argumento que ele usou pra convencer minha mãe a me dar um suculento bife logo depois de o médico dizer que eu estava com hepatite e deveria evitar comidas gordurosas. Muito sábio, meu pai.

Consciência pesada, que nada! Relaxei e deixei passar...