setembro 15, 2006

Acabei de saber e acho que tenho de registrar: morreu Oriana Falacci, um dos grandes ícones do jornalismo e uma das responsáveis por eu insistir em assumir esse ofício. Tinha câncer, estava com 77 anos. E dizia que não queria morrer “porque a vida é bela mesmo quando é feia”.

Addio, Oriana. Arrivederci...
O que me chamou a atenção primeiro foi a saia. De um tecido leve – devia ter seda misturada -, estampada com um floral miúdo, delicado, num corte levemente godê. Bonita, pensei. Mas tinha uns remendos na altura das coxas que enfeiavam. Quando olhei pra cara da sujeita que vestia, entendi. Não era uma sujeita, era um sujeito. Bem pobre, pelo jeito. Mas de sobrancelhas delineadas, batom e brinco de argola. Fez a alegria da macharia que estava no ônibus – os comentários, depois que desceu, transformaram o coletivo numa grande festa.

Mas eu gostei da saia...

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Tenho de refazer meus cálculos. Mas faço feliz: descobri que não sou a única maluca no pedaço. O Assis, que trabalha do outro lado do prédio, tinha feito a contagem dele, mas com base errada – assim como eu. Ele contou os quadrados do canto e achou que todos eram iguais. Eu contei os centrais e também achei que eram iguais. Explico: os três quadrados centrais têm, cada um, 420 círculos. Os dois que ficam próximos às paredes, não. Têm, cada um, 378 círculos. Então, meu cálculo de 5.460 círculos estava errado. Eles são, na verdade, 5.376 no total.

Espero que agora a conta esteja certa...

Mas conversava com o Assis sobre essas estranhas manias que a gente tem de contar. É o lado Monk da gente, sem dúvida. Ele disse que já contou quantas barras de cobre tem nos terraços onde a gente fuma – isso é fácil, são 4 em cada janela, cinco janelas de cada lado, dez em cada andar, cinco andares: 200 barras. Tem muita gente que ganha vida vendendo cobre – chegam até a roubar fios pelo mundo – que faria a festa com essas barras...

Tem doido pra tudo nesse mundo...

setembro 14, 2006

São, no total, 5.460 círculos, divididos em placas quadradas. Em cada quadrado lateral (são cinco de cada lado), 336 círculos; nos centrais, 420. Contar levou o tempo de um cigarro. É isso que a gente vê quando olha pra baixo no terraço que serve de fumódromo. E isso tudo está no teto do quarto andar. Será que alguém contou isso antes ou eu fui a primeira? Bom, tem louco pra tudo nesse mundo...

Fiquei um tempão sem postar nada porque percebi que o blog estava virando muro de lamentação. Também é, mas não é só isso. Se é pra reclamar da vida, não vale a pena. Melhor procurar outra forma de desabafo e não encher o saco de quem resolve ler o que a gente escreve.

Bom mesmo é caminhar no Parque da Água Branca, no Revelando São Paulo. Tem muita coisa bonita, que enche os olhos e incentiva a criatividade. E tem muita comida gostosa, que faz o estômago roncar alto mesmo sem ter fome. Cansa, é verdade. Mas à noite a gente consegue dormir gostoso, gostoso, ainda mais depois de jantar uma bela pizza com os filhos e as noras...

E outra coisa boa é passar uma tarde no papo furado com a filha, trocando confidências, fazendo fofoca e distraindo o neto.

A vida deveria ser feita só de finais de semana...

E o que é melhor é que tem outro vindo aí...
Eu tinha postado outra coisa aqui, juro. Mas não sei que pau que deu que ninguém conseguir ler o que foi publicado. Então, vai outra coisa, pra ver se sair direito. Se sair, a gente recoloca o texto anterior, que está guardadinho no Word...

É bom fazer tudo antes, pra ter o tal do back-up...