setembro 15, 2006

O que me chamou a atenção primeiro foi a saia. De um tecido leve – devia ter seda misturada -, estampada com um floral miúdo, delicado, num corte levemente godê. Bonita, pensei. Mas tinha uns remendos na altura das coxas que enfeiavam. Quando olhei pra cara da sujeita que vestia, entendi. Não era uma sujeita, era um sujeito. Bem pobre, pelo jeito. Mas de sobrancelhas delineadas, batom e brinco de argola. Fez a alegria da macharia que estava no ônibus – os comentários, depois que desceu, transformaram o coletivo numa grande festa.

Mas eu gostei da saia...

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Tenho de refazer meus cálculos. Mas faço feliz: descobri que não sou a única maluca no pedaço. O Assis, que trabalha do outro lado do prédio, tinha feito a contagem dele, mas com base errada – assim como eu. Ele contou os quadrados do canto e achou que todos eram iguais. Eu contei os centrais e também achei que eram iguais. Explico: os três quadrados centrais têm, cada um, 420 círculos. Os dois que ficam próximos às paredes, não. Têm, cada um, 378 círculos. Então, meu cálculo de 5.460 círculos estava errado. Eles são, na verdade, 5.376 no total.

Espero que agora a conta esteja certa...

Mas conversava com o Assis sobre essas estranhas manias que a gente tem de contar. É o lado Monk da gente, sem dúvida. Ele disse que já contou quantas barras de cobre tem nos terraços onde a gente fuma – isso é fácil, são 4 em cada janela, cinco janelas de cada lado, dez em cada andar, cinco andares: 200 barras. Tem muita gente que ganha vida vendendo cobre – chegam até a roubar fios pelo mundo – que faria a festa com essas barras...

Tem doido pra tudo nesse mundo...

1 comentário:

Márcia disse...

olha só, já sei de quem herdei a mania de contar tudo... :-)