agosto 03, 2006

Há pouco mais de 12 anos, ela nasceu. Linda, rajada, com a carinha parecendo uma máscara africana. Por causa disso ganhou o nome de Millá, homenagem a Roger Milla, jogador de Camarões. Foi da segunda ninhada da Frozô e quem conhece a história da Frozô sabe o que isso significa. Se não me engano, foi nesse parto que o Fa, que ia viajar para Porto Alegre no dia seguinte, passou a noite em claro massageando a barriga da Frô... Bom, pelo menos, ele conta, deu pra dormir a viagem inteira...

Novinha, Millá decidiu passear pelo mundo. Só que morávamos no 6.º andar e ela saiu pela janela, provavelmente atrás de algum passarinho descuidado. Fiquei muito preocupada. Os meninos saíram pelo quarteirão procurando a bichinha, que apareceu à noite, escondida nuns arbustos do jardim. Assustada, com medo, totalmente estressada. Mas não adiantou: logo depois ela tornou a sumir e só foi aparecer uns dois dias depois, no chuveiro dos funcionários do prédio. Até hoje ninguém sabe por onde ela saiu.

Dessas escapadas ficaram um problema de pele, que nunca foi resolvido. Só controlado. Quando mudamos para a casa, ela já estava mais tranqüila. Não lembro se era de sair para a rua – acho que não. Preferia ficar pelo quintal, bem sossegada. O espírito de aventura se esgotou naquelas escapadas.

Millá tinha a cara da mãe e uma pelagem linda. Miudinha, gostava de ficar aninhada no colo, escondida às vezes dentro do casaco que a gente estivesse vestindo. Nunca foi de brigar, mas não deixava que os outros abusassem dela.

Hoje ela foi encontrar a mãe, lá, onde está o Chiquinho. Que foi camarada: não deixou a bichinha sofrendo por aqui. Foi quietinha, sem transtorno, sem dar trabalho.

Eu não disse nada pra ela, mas espero que ela lembre de mandar um beijo meu para a Frô...

agosto 02, 2006

Agosto começou e já começa a ir. Mais um mês.

Ainda treino pra escrever algo mais sobre a família, mas, por enquanto, não pintou inspiração. Deve pintar mais adiante. Dia 13 é dia dos pais e dia 14 seria aniversário de meu pai.

O velho Isamu, o Ditan dos meus filhos, era de 1920, então completaria 86 anos. Certamente faria uma feijoada pra comemorar. Ele adorava fazer - e comer- feijoada. Abria um buraco no quintal num dia, fazia ali uma fogueira na madrugada do dia seguinte e colocava o feijão pra cozinhar numa lata de óleo de 20 litros (nem sei se ainda existem essas latas). As carnes, de molho pra dessalgar desde o dia anterior, já estavam sendo cozidas na cozinha. Só eram juntadas ao feijão mais tarde, quando já estava quase no ponto. E o feijão ficava lá, apurando, espalhando aquele perfume por todo o quarteirão...

A grande diversão era chegar lá e pescar o paio na feijoada pra comer como aperitivo, acompanhando a cervejinha. A gente passava a tarde toda comendo e ainda levava feijoada pra casa, porque sempre sobrava muito.

Acho que vou comer feijoada no dia 14, em homenagem a ele. Certamente não será igual - mas valerá a intenção, certo?

Quem quiser, apareça...