janeiro 12, 2008

Registro que vale


Eu não ia postar nada hoje, mas recebi este e-mail. Que registro aqui. Do qual entendi a essência, mas não sou capaz de traduzir:

Sra Outsuka Lenita
nikaimo me-ru wo itadaki arigatougozaimasu. hiniti no henkou yoku wakarimashita. Goshinsetsu kannsya itashimasu. Kongo tomo yoroshiku onegaiitashimasu. Artigo wo tanoshimini shiteimasu. Itsuka yukkuri oaishimasyou.


É de dona Akamine Sonoko – o nome dela é Sonoko, Akamine é sobrenome, ela usa a forma japonesa de identificação – a velhinha aquela que pediu minha ajuda para localizar os imigrantes de Okinawa que vieram no Kasato Maru. a mensagem, porém, ela assina só Sonoko. Ou seja: pelos padrões nipônicos de etiqueta, já somos amigas...

Não são muitos que podem declarar ter recebido uma mensagem em japonês escrito no formato ocidental...

janeiro 09, 2008

Ano novo, vida nova


O ano já tem quase dez dias e eu ainda não postei nada. Bom, estava fora. E aí as coisas foram acontecendo, acontecendo, acontecendo. Mas agora acho que já dá. Vamos por tópicos, que acho mais bonitinho.

* No amigo secreto, quem me deu presente foi o filho mais novo. O CD da Fernanda Takai e a edição dupla do Clube da Esquina. E, de presente de Natal, ele me deu o pacote dos Traveling Wilburys – tem até DVD! O encontro foi gostoso, com pizza feita pelo filho mais velho. Muito boa!

* Aí, no dia seguinte, viagem para Ilhabela. Parênteses para uma explicação. Normalmente isso não me afeta, mas, desta vez, pegou um pouco: lembrei que se nada houvesse mudado, completaria 34 anos de casada. E, por causa das mudanças, completei 7 anos de separada. Esta foi o primeiro reveillon na praia, desde o comunicado em Paraty, num 28 de dezembro de triste lembrança.

* Reveillon de branco, comme il fault. E – pasmem! – usei um tomara-que-caia! E ele não caiu!!! Acho que nunca antes, em toda minha vida, tinha usado um tomara-que-caia. Sempre achei que ele ia cair mesmo, já que não tem muita coisa que o segure no lugar...

* O restaurante estava cheio de pingentes caindo do teto, feito de contas de plástico tansparente que davam um efeito muito bonito. Puxei uma e peguei de lembrança... Pelo preço cobrado, todo mundo devia fazer a mesma coisa. Musiquinha gostosa, ambiente tranqüilo e festivo. A comida não estava grande coisa, mas o que vale, nessa hora, é a festa mesmo.

* O calor estava de matar. Rachar coquinho era fichinha, perto da sensação térmica de derretimento. Junte os borrachudos, que quando atacam parecem desencadear, além da coceira desenfreada, uma onda de calor maior ainda pelo corpo, e pronto: o humor foi pras cucuias... Haja repelente e banho frio!

* Mas o sol faz muito bem à ilha. Estava linda, radiante. E aquela paisagem chama por horas e horas de contemplação, só enchendo os olhos de beleza.

* Li um policial meia-boca, em inglês: Wrong place, wrong time, de Andrea Kane. Literatura policial para mulheres. Bom para encher os olhos, esvaziar a cabeça e, no caso, treinar o inglês.

* A volta foi sossegadíssima – e eu contava com trânsito pesado! Nada disso: quem estava na praia, pelo jeito, não tinha intenção nenhuma de voltar. Só eu e mais uma meia dúzia de gatos pingados no ônibus...

* Logo na volta, a bomba: o filho mais novo, que eu acreditava casado e assentado, me avisa que rompeu com a namorada. E anuncia uma possível volta para a casa da mamãe, por questões financeiras. Como dizia a mãe do Forrest Gump, a vida é como uma caixa de bombons: a gente nunca sabe o sabor que vai pegar...

* Bem que meu horóscopo, desde meados de dezembro, falava em mudanças... e eu só dava risada, achando que era bobagem...

* A boa nova é que finalmente o suplemento que está pronto desde novembro vai sair do limbo. E foi fechado patrocínio para mais três edições, até junho. Viva!!! Espero que venham mais e mais coisas!

* A ilha também me encheu de idéias de coisinhas para fazer. O artesanato lá é lindo, mas caro. Paguei R$ 25,00 por um pingente para colocar na janela feito em feltro e com, no máximo, umas 20 continhas coloridas, bem mal acabado. Comprei, vi como era feito e estou fazendo outros. Melhores e mais bonitos, claro!

* E, finalmente, ontem encarei uma senhorinha nipônica, com dificuldades para falar português, que veio me pedir ajuda para uma pesquisa que está desenvolvendo para o centenário da imigração. Foi divertido: ela misturando um português razoável com um japonês bem falado e eu misturando meu português bom com um japonês sofrível. Mas a gente se entendeu. Eu só não sabia como responder quando ela me agradecia efusivamente pela ajuda se curvando até formar um “L”. Sei que isso é sinal de respeito, mas nunca soube como a gente tem de responder...

* O ano começou cheio de coisas novas. Tomara que continue assim!