maio 04, 2009

Bi istigh! (venha!)


Falei que a nova bobagem (na verdade, são três) que o filho trouxe dos Estados Unidos para eu ler merecia um post. Porque uma história que tem um feiticeiro, Hoyt, que vem do século XII para a Nova York dos tempos atuais atrás do irmão gêmeo, Cian, que foi transformado (no século XII) em vampiro pela rainha dos vampiros, Lilith, já merece destaque.

Mas tem mais, muito mais. Hoyt é encarregado por Morrigan (a Grande Rainha, a Grande Mãe, a Rainha Guerreira), de formar um grupo de seis – ele e o irmão incluídos – que vai combater uma legião de vampiros dispostos a dominar todos os mundos. Porque não existe um único mundo, mas vários. De Geall, um desses outros mundos, aquele que será palco do confronto final, vêm a futura rainha, Moira, e seu primo Larkin – este, por sinal, é transmorfo e assume a forma de qualquer animal que lhe der na telha e que ele conheça (acabei de ler o trecho em que ele vira dragão!). Dos tempos atuais surgem uma bruxa, Glenna, e uma caçadora de vampiros, Blair, que calha de ser descendente de Nola, a irmã mais nova de Hoyt e de Cian.

Terminei o primeiro livro, o que, entre um ataque e outro dos vampiros, conta a história de amor entre Hoyt e Glenna. Estou no meio do segundo, e Larkin já conquistou Blair , que só precisa se convencer de que é capaz de amar para se render aos encantos do homem que vira bicho. Como só resta juntar Cian e Moira, suponho que o terceiro seja sobre isso – e também sobre o fim da guerra com os vampiros, claro que com a derrota deles. Mas Cian é um vampiro, embora do bem... Bom, é impossível ter uma boa história sem complicações...

Até agora, a maior parte da história se passa na Irlanda – claro! Feitiçarias e bruxarias têm de ser feitas em gaélico – será que eu consigo aprender essa língua? Obviamente os gêmeos são de tirar o fôlego de qualquer cristã ou pagã, mas Cian é meu favorito. Um vampiro com quase um milênio de vida só pode deixar a gente fascinada...

É um trilogia, bem ao estilo de Nora Roberts. E nem pisquei para escolher esta trilogia, ainda mais quando descobri que tinha vampiros no embrulho... E, segundo conta o filho, que não levou o papel onde anotei os nomes dos livros quando foi comprá-los, foi fácil descobrir quais eu queria: bastou ler a sinopse...

Agora vou sumir um pouco pra terminar de ler... Slán Agat!

maio 03, 2009

Michelle


Noite de sábado normal, sem filhos e a casa todinha só pra mim. Lembrei que fazia tempo que não ouvia Beatles e achei que seria o BGzinho ideal para a bobagem da vez, o primeiro dos livros que o filho trouxe dos Estados Unidos – isso merece um post só pra eles, já que estou me apaixonando (de novo) por um personagem de ficção (e bota ficção nisso!!!!).

Acabei apanhada na rede de lembranças.

Num outro sábado, muito, muito distante, Michele rolando no toca-discos (era o tempo do Picape e seus Negrinhos) e um garoto louro e magro beijando minha testa bem na hora em que Paul McCartney canta “I need you, I need you, I need you”... O ano? 1967, acho. O bailinho rolava no quintal da casa de um dos colegas de escola. Na Aclimação, perto do parque – e numa daquelas coincidências incríveis, eis que abro o jornal hoje pela manhã e leio o nome do dono da casa, hoje artista plástico, numa matéria sobre restaurantes-confrarias...

Mas o louro alto e magro, naquela época, era meu objeto de adoração. Sempre tive fixação por louros e o mais engraçado é que nunca namorei um. Não lembro direito da cara dele, só que era muito magro, alto e louro. Estava um ano na minha frente e saiu da escola no ano seguinte para estudar, acho que em Brasília. A família dele se mudou para lá e, salvo engano, ele foi fazer o curso de cinema.

Na esteira das recordações, lembrei que houveram outros objetos de desejo, antes e depois do louro alto e magro. Mas a lembrança dele é uma das mais fortes da minha juventude. Não lembro se cheguei a ter uma conversa de verdade com o rapaz. Sei que não éramos amigos, as turmas eram diferentes e, por algum motivo misterioso e inexplicável, me fixei nele. E minha grande vitória aconteceu mesmo naquele baile. O antes e o depois não têm o menor registro.

Em tempos de internet, é impossível não se deixar levar pela curiosidade. Mas a realidade é impiedosa, melhor ficar com as lembranças, que podem ficar um pouco fora de foco mas continuam sempre bonitas. O Google me revela que o ex-garoto louro e magro engordou e envelheceu. Perdeu o charme, se é que teve algum em algum momento para outra pessoa que não eu. Claro que também por isso não conto o nome do cururu...

Mas agora aprendi: em caso de lembrança, não consulto mais o Google...