agosto 22, 2009

R.O.R.

Acabo de descobrir hoje – era para ser ontem, mas depois das 19h00 não olhei mais os e-mails – o verdadeiro significado de “tirar da reta”. Ou, para adotar o termo empregado por um dos palestrantes do congresso que cobri, R.O.R. – rabos on the retas. Porque depois de intermináveis idas e vindas remendando textos, aumentando, reduzindo, tirando informações, pondo informações – é aquele trabalho que vem se arrastando desde o início de julho, o de doação de órgãos, lembram? – o cliente me vem com a seguinte recomendação:

Temos que inserir no guia a seguinte frase: Toda informação contida nesta publicação é de inteira responsabilidade dos seus autores e não reflete necessariamente o posicionamento da Novartis, que apenas apoia sua divulgação.

Perguntinha de algibeira: Se a informação é de inteira responsabilidade dos autores (no caso, eu), por que eles mexeram e alteraram os textos? Os textos não são meus. Os meus foram se perdendo ao longo das mudanças. Mas o nome de “jornalista responsável” é o meu e a edição vai no nome da minha empresa. Então, se houver alguma coisa errada, a culpa será minha.

Claro que confio nas informações que serão divulgadas. Afinal, elas foram vistas, revistas e alteradas por gente que teoricamente entende muito do assunto. Ou será que essas pessoas confiam tão pouco no que fazem que não querem assumir a responsabilidade do que fizeram? Então, por que mexeram? Do que eles têm medo?

Sei de uma coisa, mas isso é uma conclusão só minha: se eles não confiam nas informações que fornecem e precisam arranjar alguém pra servir de escudo, como alguém pode confiar nos remédios que eles produzem? Ou será que, por outro lado, tanto cuidado só aumenta a confiabilidade?

Só sei que estou indignada. Mas vou colocar tudo o que eles pediram, só pra me livrar logo desse abacaxi.

E já estou rezando fervorosamente para não ter nada semelhante nos próximos meses...

* * * * *




Reclamar da vida e do trabalho é muito chato. Então, fui fotografar minhas flores no jardim, pra postar aqui. Isso, sim, faz bem a alma e ao espírito.

Não resisti e fotografei, de novo, os cachos das branquinhas miúdas, cujo nome não sei. Estão lindas e risonhas. E são perfumadas! As orquídeas miudinhas, de miolo lilás, são as dendrobiuns, que ainda tem um monte de botões. A Cymbidium rosa começou a abrir no meio da semana e suas flores se destacam no meio dos galhos floridos da azálea rosa.

Concorrendo com as orquídeas, a (acho que é) dipladenia abriu sua primeira flor deste ano, de um rosa pink que acho super-alegre. E, no quintal, o capuchinho botou também a primeira flor do ano, vermelha e vibrante – se for como no ano passado, não vamos dar conta de comer todas... Mas sempre a primeira do ano a gente deixa pra ficar admirando.

Como é bom ter um jardim florido!

agosto 20, 2009

Na ativa


Mudando de pato a ganso, com uma passagem pelos periquitos. E ontem, quando me consultaram sobre um possível trabalho, pensei que hoje em dia posso me considerar especialista em coisa alguma. Saí da doação de órgãos furiosa, mergulhei indignada nos jovens talentos, entrei resignada e preocupada no Conarh. Virá Vila Mascote? Só Deus sabe... Mas, no final das contas, acaba sendo divertido.

Porque fiquei pensando no que faria se não tivesse essas coisas. Claro, sempre tem minhas linhas e minhas costuras. E os joguinhos no computador. E as séries na TV (essas, não abandono). E meus livrinhos bem pouco sérios. Mas tudo isso me mantém dentro de casa, sem contato com outras pessoas, sem ouvir ou saber de outras idéias. O jornal ajuda, mas não é a mesma coisa.

Ontem ouvi o Fernando Henrique Cardoso. Gosto desse cara, das idéias dele, do jeito dele. E foi muito, muito interessante. Depois, mais duas palestras, uma de uma mulher fascinante e outra, intrigante, sobre a formação dos grupos do Médicos Sem Fronteiras. Sempre me pergunto o que leva uma pessoa a deixar sua segurança pra enfrentar guerras, rebeliões, doenças. Tem de ser especial – e era disso que a moça falava: como administrar um monte de gente especial.

Bom, interessante, divertido. O fim de semana, se a disposição ajudar, vai ser de elaboração de textos. Muitos e diversificados. E de recuperação: ontem cheguei em casa exausta de andar e prestar atenção. Muita informação pra ser assimilada. Hoje e amanhã, já sei, vai ser a mesma coisa. A vantagem é que a prática volta rapidinho. Trabalhar é como andar de bicicleta, a gente apanha um pouco no começo, quando retorna, mas logo pega o jeito.

Ah, sim: doação de órgãos ainda não saiu. Estamos à espera da aprovação da segunda e terceira capas – felizmente, a minha parte já está toda aprovada. Que gente lerda! Provavelmente, quando sair, até vou achar bom e bonito. Porque já passou tanta água debaixo da ponte que os peixes que estão por lá são outros, as plantas são novas e as pedras, mais redondas. Então, vai ser engraçado ver uma coisa do passado, que será atual mas pra mim vai ter cara de velho...

E assim a vida segue....

* * * * *

Minhas orquídeas que estavam em botão abriram. Mas não deu tempo de fotografar. Elas duram, então no fim da semana eu faço isso.

E prometo mostrar.