outubro 26, 2006

Ressaca de fechamento é de lascar. Mas eu devia ter adivinhado, antes de me arriscar pelo mundo, num calor de 30 graus, passando de um ônibus para outro, um mais fedido do que o outro. A condução para a zona sul é mais fedida – e isso é uma constatação, não preconceito. Ou pode ser preconceito comprovado, sei lá.

Chego aqui esbaforida – quem me conhece sabe o tanto que eu deságuo nos dias quentes. E descubro que tem um monte de nada pra fazer. Se não estivesse tão dura, ia passear na João Cachoeira. Melhor não: tem tentações que a gente não precisa enfrentar. Então, é melhor esperar o sol baixar um pouco pra enfrentar o busão de volta. E ficar quietinha no pedaço...

Mas vir para esse pedaço da cidade me fez lembrar da minha criancice. Passo todos os dias pela rua Tabapuã. E era exatamente no número 900 dessa rua que morava meu avô. O número 900 não existe mais: um prédio imenso na esquina ocupou tudo. Mas não foi só isso que mudou. Fico procurando pontos de referência que guardei na memória e, claro, nada mais existe.

A rua tranqüila – quando muito, passavam cinco ou seis carros por hora – agora é via de ligação. Mão única, fica lotada de ônibus e carros. Engarrafamento lá é rotina. E pensar que foi ali que aprendi a andar de bicicleta... Aquele monte de casas residenciais deu lugar a um comércio intenso, onde se encontra de tudo. A cada dia descubro uma nova lojinha. Claro que só vejo do ônibus – ainda não me atrevi a descer e explorar tudo a pé. Ainda mais que sempre passo por ali entre meio dia e uma da tarde, quando o sol está lá em cima, castigando.

Mas uma hora qualquer eu crio coragem. Ainda mais depois que vi, hoje, a Tecelagem Cinerama - e eu estou louquinha pra fazer saias novas pra mim...