fevereiro 17, 2010

Calor e neve


E lá se vão duas semanas sem postar nada. A culpa é do calor. A gente faz o que tem de fazer e não dá coragem pra mais nada. Aliás, nem é questão de coragem: os miolos entram em processo de derretimento e aí a gente nem pensa... Nesses dias, pra mim, felicidade é não precisar sair de casa. E, mesmo assim, o dia acaba com a impressão de que o que mantém a gente em pé é o suor grudado na pele. Um banho e a gente desaba...

Meu consolo é saber que todo mundo está com a mesma sensação. E não adianta chiar: clima e temperatura não dependem da gente...

Carnaval passou e não vi nada. Na apuração das notas das escolas de samba de São Paulo, torci pela minha Vai Vai, mas sem muita convicção. Ficou em terceiro, deve estar tudo certo. Claro que o pessoal da escola não acha, mas só a campeã sai da apuração achando que está tudo certo.

Com a Olimpíada de Inverno rolando, achei melhor e mais refrescante ver as proezas na neve e no gelo de Vancouver. Que, com 4 graus de temperatura, o povo diz que está quente e que o gelo e neve não se formam direito. Ironia é ouvir essas declarações com o ventilador virado direto pra gente e pingando de suor. Fico com inveja o tempo todo de toda aquela neve e todo aquele frio. Mas as imagens dão um refresco, sem dúvida. E é sempre divertido ver as competições – adoro a patinação artística e a de velocidade. E podem me chamar de maluca, mas essa é a única chance que tenho de ver competições de curling.

Na patinação artística, masculino individual, me aparece um francesinho, Florien Amodio, cuja cara passaria totalmente despercebida numa festa do Centro de Tradições Nordestinas, mas cujo estilo faria muito sucesso na Parada de Orgulho Gay. Foi bem no programa curto, surpreendeu analistas e juízes. Ficou em 11.º e vai para a final, com pouca chance de medalha, é verdade, mas como uma promessa a ser acompanhada atentamente. Aí descubro que é brasileiro: nasceu em Sobral, no Ceará, 19 anos atrás, foi adotado por franceses e criado no Val d’Oise. Se tivesse ficado por aqui, certamente não estaria agora no Canadá. A foto aí em cima é dele, quando ganhou o Masters da França, título que lhe valeu a passagem para Vancouver. Duro mesmo é ouvir o locutor do SporTV dizendo "quem disse que não tem brasileiro na patinação artística?"

Já falei que é ótimo ter nada pra fazer?