agosto 29, 2005

Anos atrás (muitos) entrevistei o Pedro Bial, que tinha acabado de lançar um livro. Minha pauta era um perfil sobre aquele que, naquele momento, era um dos homens mais cobiçados do País. Sinceramente? Bonito ele é. Mas é chato. Ou se faz de, o que dá na mesmo. Mas uma coisa que ele me disse ficou grudado na minha cabeça. Falávamos sobre esportes e ele disse que em época de Olimpíada ele queria se transformar numa samambaia, daquelas que a gente pendura na sala, em frente à televisão. Pra só ficar vendo Olimpíada. Achei a comparação ótima e passei a usá-la.


Pois, nestas duas semanas eu queria virar samambaia e ficar pendurada na frente da televisão. Porque é período de US Open. Agora, por exemplo, joga um ninguém (o romeno Razvan Sabau) contra o Agassi. E eu só posso dar uma filadinha na TV de vez em quando, vendo os resultados pelo scoreboard do site oficial do torneio. Ainda bem que a transmissão começa ao meio-dia, todos os dias. Então, alguma coisa dá pra acompanhar de casa. Já printei a tabela do masculino, que é o que me interessa. E vamos anotando os resultados.

Mudando de assunto de pato a a elefante (a mudança é bem mais radical do que de pato a ganso) tem umas coisas muito estranhas minhocando na minha cabeça ultimamente. Não é um único pensamento, são várias coisas que vão se cruzando, igual aquelas conversas em que uma coisa puxa outra, que puxa outra, que vai pra outra. E a gente não conclui nenhuma delas.

A grande vantagem das cabeças viajantes é que elas pulam de Barcelona pra Nova York, de São Francisco para Recife num segundo. A desvantagem é que é mais fácil viajar por terras já conhecidas. Então, a variação não é tão grande como a gente gostaria. Bom, é verdade que nunca fui para a Grécia, mas freqüentemente que pego tomando um copinho de ouzo naquela praia onde Shirley Valentine, a do cinema, foi parar. Ali ela pede que uma mesa seja colocada de frente para o mar e fica olhando, fruindo o momento. E se sentindo livre. Não deve ser difícil se sentir livre num lugar como aquele... Aliás, o mar da Grécia já apareceu em trocentos filmes. Mas, pra mim, ele fica muito, muito especial em Shirley Valentine.

Mas as viagens que minha cabeça anda fazendo não tem nada a ver com lugares. Tem a ver com planos, projetos, presente, futuro. Nada tem a ver com a realidade. Mas ainda não me atrevo a chamar isso tudo de sonhos.

Por enquanto, são só vontades.

E não é que me vi de novo em Cadaqués?

1 comentário:

Márcia disse...

Sonhar faz bem! É alimento para a alma... e quanto a minha iniciação nas artes marciais... bem, vc pode continuar me dando broncas pessoalmente. Bater na mãe jamais! Há, mas vale ressaltar que vc (meu pai também, é claro) tem esta autoridade... o resto que se cuide!! hehehehe