setembro 05, 2005

Confesso que esse US Open está me irritando um pouco, pela quantidade de americanos que vão passando de fase. Mas hoje, olhando melhor as chaves, percebi que na chave de cima não ficou nenhum. Na chave de baixo, sim. Tem Agassi, Blake e, dependendo do que o Gasquet fizer ou não fizer, Ginepri. Meu favorito entre eles é o Agassi, mas depois de saber da história do Blake, fiquei balançada. James Blake é crioulo - e isso, quem me conhece, sabe que conta pontos. É simpático, tem cara de ser boa gente. Diferente de um outro cujo nunca tinha ouvido falar, um tal Scoville Jenkins, um entojo. Nadal passou pelo antipático, mas não conseguiu bater o simpático. Pena é que Blake e Agassi se enfrentam na próxima fase. Pelo jeito que a coisa vai, a final será entre Agassi e Federer.

Mas eu falei da história do Blake e acho que ela merece ser contada. Tem todos aqueles ingredientes que qualquer torcedor adora: o cara fraturou umas vértebras num tombo, durante um treino, em maio do ano passado. Ficou fora do circuito por um tempo e, quando estava sarando, pegou zoster, uma variação mais brava de herpes, que deixou o cara com um lado do rosto paralisado. Não bastasse isso tudo, o pai morreu. Voltou a jogar só este ano, precisou de convite pra entrar no US Open. E está ganhando. Não sei se passa pelo Agassi, mas este ano o velhinho vai me perdoar se eu o abandonar um pouco. Se um americano tem de chegar à final, que seja um crioulo. Só falta eu pagar pela língua e ser o Ginepri o finalista...

Uma amiga reclamou que não tenho escrito no blog. De fato, meu último post foi no dia 1.º, justo quando anunciei o início do inferno astral. Nessas circunstâncias, melhor botar as barbas de molho. Prudência, água benta e vacina Sabin nunca são demais, já dizia o pediatra dos meus filhos, bons anos atrás... E, devo reconhecer, a maré ruim também começou.

A culpa é da Fran, da Alba e da Maria. Três gatinhas lindas. Fran e Maria são irmãs, de mãe e de farra. Alba é farrista solitária. Mas elas, de alguma forma, conseguiram chegar no quintal do vizinho - o que cria pássaros silvestres. Claro que o vizinho reclamou. Reclamou é pouco: ameaçou mesmo. Não diretamente, mas deu a entender que ele é um cara legal, porque poderia espalhar veneno pra elas comerem. Que é compreensivo, porque já foi a um advogado e sabe que poderia mover uma ação contra mim, mas não vai. Pelo menos por enquanto. Que eu tome então as providências necessárias pra prender minhas gatas em casa. Deu vontade de matar o cara? Pois...

Assim, vou empacotar minha casa. Cercar de tela todo e qualquer espaço por onde os gatos possam passar. Eu é que não me arrisco de soltar meus bichinhos para a sanha assassina desse aprisionador de pássaros que deveriam estar livres na natureza. E não me venham com discursos de que esses animais, se fossem livres, correriam risco de extinção. Maldade é prender um pássado preto só porque o canto dele é lindo. O cara falou que até pensou em se mudar. Tomara que ele faça isso. Se bem que, até lá, meus bichinhos estarão bem isolados dentro de casa. Mas seria uma bênção saber que não terei mais ao lado da minha casa uma família de chatos de carteirinha.

Fora isso, a vida segue. Mas continuo mantendo as barbas de molho.

Como já dizia o pediatra dos meus filhos...

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