janeiro 20, 2006

Criei vergonha na cara: arrumei os armários. Não foi tudo, porque ninguém é de ferro e só de olhar as blusas de lã o suor me escorria pelo rosto e nublava a visão. Essa parte fica pra quando esfriar um pouco. Talvez eu aproveite aquela semana de inverno que costuma ter todo ano...

Mais da metade das férias se fora e, embora não tenha feito boa parte do que tinha me proposto fazer, acho que o saldo é bom. Dois livros lidos até agora - As crônicas de Nárnia (falta ver o filme) e o último do Michael Crichton, Estado de Medo. Este me deixou com a cabeça cheia de minhocas sobre a tal consciência ecológica e preservação do meio ambiente. Ele derruba uma séries de conceitos que a gente costuma ter como certos - e, o que é pior, prova o que diz. Será que me enganei tanto por tanto tempo?

"Tenho mais respeito pelas pessoas que mudam de visão depois de adquirir novas informações do que por aquelas que se aferram à mesma visão que têm há 30 anos. O mundo muda. Ideólogos e fanáticos, não."

E ele conclui: "Estou certo de que há certezas demais no mundo." Companheiro, estou contigo e não abro. Mas eu queria ter algumas certezas na vida. Porque só eu tenho dúvidas?

Uma amiga cheia de certezas absolutas esteve comigo nos últimos dias. Só aumentou minha confusão. Como alguém pode ter tanta certeza sobre tantas coisas? Dizem que o tempo melhora a gente, que os mais velhos têm certezas cristalizadas. Pelo jeito, acho que ainda não estou velha o bastante pra isso...

Mas estou de férias e deve ser por isso que dá tempo de minhocar tanta coisa. Em tempo de trampo, não dá muito tempo, não... E já dizia Millor há muitos anos: 'Livre pensar é só pensar."

Continuando o inventário das férias, descansei um bocado, montei algumas pulseiras de balangandãs, bati muita perna, cuidei das minhas plantinhas - minha dama da noite está com 4 botões, cada um num estágio diferente, o que quer dizer que elas vão abrir em noites diferentes, o jasmim já deu duas florzinhas (ele é novinho, no ano que vem tenho certeza que vai ficar coberto) e descobri hoje que tenho uma orquídea com quatro lindos botões. Não sei que orquídea é essa, acho que é uma catléia, mas não lembro de ter ganhado alguma. Preciso comprar filme pra máquina, documentar essas flores todas. Ah, sim, e costurei de montão - até sacolinha pra por um presente para um amigo.

Uma das melhores coisas do mundo é você ter o seu tempo e fazer dele o que lhe der na telha. Sem horário, sem compromisso, sem obrigação. Fazer se quiser e o que quiser. E aí vale até tomar banho de esguicho de mangueira ou sair pulando no quintal no meio da chuva.

Sabe a Libertad, a minúscula amiga da Mafalda das tiras do Quino? Gosto das coisas simples, ela dizia. Com toda razão...

2 comentários:

wicca disse...

a vida não permite muitas certezas e garantias...
bom é focar nas coisas boas e simples.
fiquei feliz em saber dos dois jasminzinhos : )

Flavs disse...

Achava que só eu tinha incertezas nessa vida... hehehe
(Agora de volta ao meu Brog!)