março 13, 2006

Sábado teve churrasco em casa. Eu na churrasqueira – adoro! -, só ouvindo o papo rolar. Descobri muitas coisas interessantes. Nada como juntar velhos amigos do filho pra saber o que ditocujo fazia nos tempos de estudante. E eu que achava que ele nunca aprontava nada... Bom, tem mãe que é cega mesmo... E – acho – mãe de filho calado é mais cega ainda... Mas nada que me preocupasse, nada que me tirasse o sono. E, segundo meu outro filho, tem coisas que a gente não conta nem conversa com a mãe. Tá certo.

Foi bem gostoso, todo mundo numa boa, curtindo, matando saudade do companheiro que agora está do outro lado do país. Se fosse Europa, estaria num outro país, bem distante. E apesar de não ter muito tempo de formados, esse povo já tem histórias pra contar, coisas boas, engraçadas, curiosas. Meu ouvido funcionou a mil e, mesmo assim, tenho certeza de que perdi vários lances. Não tem importância, a gente não precisa saber tudo...

Mas o dia inteiro em pé, na frente da churrasqueira, teve seu preço. Nada fora do comum e, de certa forma, era até esperado. Mas o domingo foi de bode. O que também foi bom, porque fiquei quietinha num canto. O máximo que me permiti foi pedir comida chinesa. E chega, hein!

Há algum (muito) tempo, não teria nenhum problema. Emendaria o churrasco com a feirinha de artesanato que o outro filho me chamou pra ir. E, se bobeasse, até ia à festa da coleguinha no sábado à noite. É, o tempo passa mesmo. A gente sente nos ossos... Se bem que uma extravaganciazinha de vez em quando não mata ninguém. Faz o sangue circular mais depressa, renova os pensamentos, dá novo ânimo (às vezes tira, mas isso é só na hora). Gostei. Se me chamarem de novo, de novo faço. Sem medo de ser feliz.

No mais, a vida segue, tranqüila e sem sobressaltos. Um crochezinho básico ajuda a passar o tempo, o tempo está esfriando, os gatos passam bem. É aquela rotina quase chata, mas reconfortante. Chega um tempo que a gente fica feliz com a perspectiva de que tudo vai continuar do mesmo jeito por algum tempo. Depois enche o saco, mas enquanto o depois não chega, é uma delícia. Algumas certezas são necessárias, dão à gente um certo conforto. é como eu disse: a rotina reconforta.

E mesmo dentro das certezas, sempre tem o imponderável. Aquele que a gente sabe que pode aparecer a qualquer momento, pra deixar a gente mais feliz ou não, mas sempre mais sábia. Que pode mudar tudo ou só algumas coisinhas. Acho que o bom da rotina é isso: saber que, a qualquer momento, ela pode ser quebrada.

E a gente nem precisa se esforçar pra isso.

1 comentário:

Flavs disse...

Ops! Espero não ter comprometido o filho calado... hehehe