abril 06, 2010

Brel, absoluto!



Ne me quitte pas. Jacques Brel.

Sempre achei essa música linda, uma declaração de amor daquelas irresistíveis, mesmo sem entender tudo (meu francês é bem pobrinho...) – e agora descubro que Brel escreveu a canção para Suzanne Gabriello, de quem estava se separando... Ele diz que a música não é sobre amor, mas sobre a covardia dos homens, mas fiquei pensando se alguma mulher resistiria a um pedido tão pungente como esse.

Moi je t'offrirai / Des perles de pluie / Venues de pays / Où il ne pleut pas / Je creuserai la terre / Jusqu'après ma mort / Pour couvrir ton corps / D'or et de lumière / Je ferai un domaine / Où l'amour sera roi / Où l'amour sera loi / Où tu seras reine / Ne me quitte pas...
(Te oferecerei / Pérolas de chuva / Vindas de lugares / Onde nunca chove; / Escavarei a terra / Até depois da morte, / Para cobrir teu corpo / Com ouro, com luzes. / Criarei um país / Onde o amor será rei, / Onde o amor será lei / E você a rainha. / Não me abandone...)


Numa licença poética na tradução, no lugar de não me deixe usei não me abandone, embora a tradução correta de quitte seja mesmo deixar. Mas o sentido é quase o mesmo - abandonar soa mais forte do que deixar - e a gente chora de emoção com a emoção dele.

Numa dessas coincidências da vida, ouvi coisas hoje que, para mim, têm tudo a ver com essa música...

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Eu ia escrever hoje contra calçadas transformadas em estacionamentos de lojas – quase fui atropelada por uma Kombi -, mas a fúria se desvaneceu. Então, o sentido se perdeu.

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Às vezes me pergunto se os problemas que tenho são mesmo problemas ou invenção da minha cabeça doente. Os problemas dos outros soam tão mais intensos e mais graves que, se forem invenção de cabeças doentes, tem gente em situação bem mais grave do que a minha...

Felizes são meus gatos, que só precisam de um lugar quentinho e seco pra se enrolar e dormir...

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