setembro 26, 2005

“Não gosto da criação que dão para os filhos hoje em dia. E aqui em São Paulo é pior. Mãe faz tudo o que o filho manda. Não ta certo. Tem menino com 3 anos que não obedece a mãe. Outro dia, no ônibus, tinha um que chorava, resmungava e ciscava o tempo todo. E a mãe só dizia ‘calma’. Fosse meu, nem abria a boca. Se com 3 anos já faz assim, com 10 vai mandar a mãe embora de casa. Não gosto dessas coisas, me deixa nervosa. Fico com vontade de encher o moleque de bolacha. Esse, do ônibus, fiquei com vontade de ir lá e dar um jeito. Era eu que ia agüentar uma dessas! Não agüento mesmo, já vou logo dando safanão. Minha filha tem 16 e só tomou uma tapona na vida. Mas foi uma só, que ela foi parar longe. Pergunta se ela não me obedece... Homem é a mesma coisa. Só apronta uma vez. O lá de casa arrumou uma biscata por aí e eu logo percebi. Botei o feijão cozido na panela de pressão e deixei fechado por uns três dias. Na hora que ele se aprontou pra sair, todo bonito e perfumado – dizia que ia trabalhar, vê se pode!!! -, joguei o feijão nele. E quando ele veio pra cima de mim com a mão levantada, tomou a panela de pressão na cabeça. Foram cinco pontos na testa. E nunca mais ele aprontou. Tá lá em casa, quietinho. Sai pra trabalhar e volta, direitinho. Mas feijão tem sempre, ele sabe. Imagina a sujeira que foi, ele todo embonecado, fedendo a feijão estragado, com feijão no corpo inteiro. Falei pra ele que se tivesse uma próxima, não ia ter cinco pontos na testa. Ia ficar sem... Você sabe. É pra ele ver o que acontece quando mexe com uma paraibana!”

O discurso, com alguma variação e termos muito mais ricos que não consegui reproduzir, foi ouvido hoje no ônibus, linha Ana Rosa-Vila Brasilândia. A senhora contava isso tudo pra duas amigas, que estavam sentadas do outro lado do corredor. As três rachavam o bico com a história. Então, eu e o ônibus inteiro acompanhamos as aventuras. Mas chegou meu ponto e eu tive de descer. Quase que continuo, só pra saber mais histórias e pra saber se o cavalheiro que tomou banho de feijão estragado tinha aprontado mais alguma.

Mas eu é que não ia mexer com a paraibana arretada...

1 comentário:

Flavs disse...

Paraíba mulher macho!