setembro 27, 2005

Não sei se devo me considerar maluca ou se todo mundo é assim. Como nunca perguntei a ninguém, não sei. E não sei se quero saber...

Existe uma realidade alternativa, para onde vou freqüentemente. Não é um lugar com anjos, fadas e duendes - se bem que um elfo com a cara do Orlando Bloom não seria nada mau -, mas é um lugar particular, meu, onde as coisas dão certo, a conta não fica no vermelho (acho que nem tem conta) e eu posso imaginar o que quiser, posso dar as respostas que quiser e as pessoas vão reagir conforme o meu gosto e a minha vontade.

Quando as coisas não vão bem, as preocupações aumentam, a vida fica difícil, vou pra lá na primeira oportunidade. É mais ou menos como a penseira do Dumbledore, só que eu não tiro pensamentos pra deixar a cabeça mais leve. A realidade real continua lá, me esperando, me preocupando, me angustiando. Mas eu sempre dou um jeito de fugir pra outro canto, busco aquela gavetinha do arquivo onde tudo dá certo e é bonito. E lá tudo fica bem.

Claro que sei que o conteúdo da gavetinha não é real. Mas ela está lá e me recebe sempre de braços abertos. Lá não tem canseira, a viagem de ônibus fica divertida – na verdade, costuma ser divertida mesmo sem realidade alternativa -, os problemas são todos solucionados. Viajo grandão mesmo. Já fiquei brava comigo mesma por não encarar os problemas de frente, por não sair à luta. Mas não adianta: quando vejo, estou com os pés no chão e a cabeça longe, longe.

Ultimamente ando me refugiando com freqüência por lá. E ultimamente não quer dizer os últimos dias ou as últimas semanas. Já faz tempo que ando procurando o pedaço do faz-de-conta.

É o meu mundo ideal e porque é ideal, não existe. Algumas coisas podem até se realizar, mas eu tenho sérias dúvidas. Porque, se se realizarem, não serão como no mundo ideal. Certamente serão boas, como é bom quando os sonhos se realizam.

Mas aí deixarão de ser do meu mundo ideal...

2 comentários:

Márcia disse...

estes spams em blogs são um saco!
mas, voltando ao seu lugar encantado... me dá o endereço? Tô precisando! A realidade anda batendo muito na porta...

Lenita Outsuka disse...

Não tem endereço, está dentro da gente. Mas precisa de um bocado de treino pra ele se materializar.