outubro 15, 2005

Fim do mundo parece coisa de ficção científica. A gente lê, se informa, fica sabendo de um monte de coisas, mas se recusa a acreditar que um belo dia tudo vá se acabar. Outro dia vi O Exterminador do Futuro 3, quando as máquinas dominam o mundo e perseguem os humanos. O mundo acaba ali, pelo menos o mundo que a gente conhece. E tem O Dia depois de Amanhã, quando um desastre ecológico arrasa com todo Hemisfério Norte e as grandes potências têm de se mudar para o chamado Terceiro Mundo – a idéia é divertida; o desastre, não.

Nos dois filmes, o mundo não acaba de verdade. A velha Terra continua firme, rodando em torno do Sol. Só muda a situação de toda a humanidade. Será isso o fim do mundo? Quer dizer, o fim do mundo é, na verdade, o fim daquilo que a gente conhece e vive? É o início de uma nova forma de vida, o aprendizado de um jeito novo de encarar as coisas?

A gente olha em volta e vê um monte de coisas desmoronando, se desfazendo, mudando. O clima pirou em várias partes do mundo. Furacão, tufão, tsunami, terremoto. Calor inclemente, chuvas torrenciais, frio congelante. Rios que nunca inundaram sobem agora com fúria assustadora; rios que sempre trouxeram crescimento com as cheias se recusam a sair de um leito que fica cada dia mais estreito. Ainda não aconteceu, mas não vou me assustar se alguém disser que regiões desérticas estão enfrentando chuvas monumentais... O contrário já tem alguns registros inquietantes, de locais úmidos virando verdadeiros desertos – melhor por as barbas de molho.

E não é só no macro (adoro esse termo do economês!) que a gente registra isso tudo. Na minha vida, pelo menos, alguma coisa não anda encaixando. Nada diretamente comigo – graças a Deus, se bem que fico imaginando que, se fosse comigo, não me causaria tanta preocupação. Mas coisinhas vão acontecendo em volta, com gente amiga, conhecida, parente. Nada que atinja diretamente, mas chega uma hora em que dá vontade de pedir pro mundo parar um pouco pra gente dar uma descansadinha. Acho que já disse antes que viver cansa.

Dá pra tomar uma Bohemia antes?

Sem comentários: