março 29, 2006

Me conta um colega do JT, altamente entendido em flores e plantas, que as flores brancas são as que geralmente desabrocham à noite e têm perfume. Porque são polinizadas por insetos, que são ativos à noite, têm vista ruim e olfato bom. Isso a propósito da minha maravilhosa dama da noite que, ele me contou, é também conhecida por flor de baile, porque dura exatamente o tempo de um baile (dos tempos antigos, claro, que começavam às 22 e iam até as 4 da manhã), e por causa da delicadeza e requinte do seu formato (claro que isso se refere a um tempo em baile era uma coisa requintada e que as moças eram consideradas delicadas). Não é chiquíssimo?

Contou-me, ainda, que Darwin, sem conhecer o bicho, predisse que havia um inseto de tromba muito comprida, porque só assim seria possível polinizar uma orquídea de esporos muito longos. Algum tempo depois, um botânico descobriu uma borboleta que, de fato, tinha uma tromba muito longa e era responsável pela polinização da tal orquídea. A bichinha ganhou aquele nome científico chique, que não lembro mais qual é, mas tem nele o termo ‘predicta’, por causa de Darwin.

Outra coisa que fiquei sabendo é que a ora-pro-nobis que vive ameaçando tirar o sol da Ig, de tanto que cresce, dá flor. Muito bonita, por sinal, mas não conheço flor feia. Nunca vi a tal flor do ora-pro-nobis – e desconfio que as podas constantes não deixam tempo para a planta florescer. Segundo o cururu entendido em flores e plantas, também é uma flor que dura pouco. Agora fiquei curiosa. Vou podar a trepadeira, mas vou deixar uns galhos compridões só pra ver se ele floresce. Problema é que essas folhas, refogadas, ficam uma delícia!!!

Esse colega ficou de me dar mudas de um cacto que também dá flores brancas noturnas e efêmeras. E de um outro cacto, cujas flores aparecem em zigue-zague.

A natureza cuida dos seus seres. Ainda bem que tem alguém que cuida...

*_*

E não tem nada a ver com flores, plantas e natureza, mas esqueci de contar outro avanço tecnológico que me deixou boquiaberta. Me senti assim no meio de um desses seriados que a gente cansa de ver nas Warner e Sony da vida. "Oi, estou aqui no escritório e você está no viva-voz. Minha sócia está aqui do lado, pra participar da entrevista, ok?" - isso foi o primeiro episódio. No segundo, o cururu saca o celular, liga pra uma pessoa pra confirmar uma informação e deixa o aparelho ligado sobre a mesa, com a pessoa falando do lado de lá e conversando com a gente do lado de cá.

Sempre achei meio complicado fazer entrevista por telefone. Gosto de olhar para a cara da pessoa com quem estou conversando, sacar alguma reação, algum movimento, observar os tiques nervosos que o entrevistado nem percebe que tem. Agora, com esse negócio de botar um monte de gente conversando com você ao mesmo tempo, parece que meu gosto se tornou antiquado demais.

Acho que eu estou antiquada...

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