abril 04, 2006

Insumo. Toda vez que trombo com essa palavra lembro de uma designer para quem trabalhei há alguns muitos anos. A matéria não rendia, ninguém queria falar, explicar como aquele determinado produto era obtido a partir de alguma boa matéria prima. Acho que era segredo industrial, mas, claro, a gente é repórter e não me venha com essa de segredo que não cola. Aí eu explicava as dificuldades da tal matéria para a tal designer que calhava de ser a minha empregadora, quando ela me saiu com essa: ‘é complicado, né, escrever sem insumo’.

Pra mim, insumo tem a ver com agricultura, agronegócio, terra, plantação, cultivo. Nunca com informação. Mas, pra ela, era sinônimo. E, em economia, também é sinônimo. No meu ouvido continua soando como grão e adubo. E a matéria que falava em insumo nem era de agronegócio, nome chique que deram para as chamadas atividades do campo.

E teve outra pérola hoje: alguém “fez um alerta ontem de que os spreads dos títulos dos países emergentes estão baixos demais, por causa da enorme liquidez global e podem não refletir corretamente o risco de se investir naquelas economias. Os spreads são o adicional de rentabilidade (que reflete o maior risco) dos títulos em relação aos papéis equivalentes do Tesouro americano”. Como quem escreveu entende do assunto, suspeito que não seja bobagem. Mas eu não entendi nada – e ainda tiver de botar título nisso aí...

E agora, como tomamos um furo com o desejo de nacionalização do petróleo da Venezuela, temos de ficar vigiando todo o noticiário internacional pra não comer bola. Como sempre, sobrou pra mim o bagaço da laranja. Pra mim, só, não. Sobrou pra todo mundo...

Gozado, estava na maior animação quando cheguei, mas murchei. Sei lá...

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