maio 05, 2006

Tem um grupo de rapazes daqui que moram na mesma casa, em Perdizes. E, como se não bastasse morar junto e trabalhar junto, eles se encontram nos botecos da vida. Claro, com muito mais gente. Aquela coisa de confraria, gostosa de viver – e que, em algum momento da vida, é melhor esquecer.

Flagrei dois conversando no fumódromo. E foi hilário. Fingi estar pensando na vida, cara de ausente, mas ouvidos atentos. O clima estava ruim, tratei de ir embora, dizia um. Corinthians, cara, explicava o outro que, pelo rumo da conversa, parece ter passado horas ouvindo os queixumes de uma moça. “Divã total”, definiram.

“Ela está bem hoje, sorridente, simpática... Você não lembra de nada?”

“Nada. File not found. E era um baita arquivo...”

“E aí chegou o Fulano com aquela menina muito estranha, com uma inscrição esquisita na bunda... como era?”

“Sua alegria é minha tumba”.

“Pois é, escrota total, falou um monte de bobagem. Mas a amiga era simpática. Ciscadeira...”

“Cisca muito, sim.”

Os dois riem muito, lembrando da tal ciscadeira. Que nem deve saber que está assim classificada. Mantenho o ar ausente, mas por dentro estou dando gargalhadas.

Sua alegria é minha tumba, gravado no traseiro?

Gente, tô fora...

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