agosto 29, 2006

Pique, quando chegou em casa, não era Pique. Havia uma dúvida entre Corina e Tiana – branca e preta que era, tinha de ter um nome que lembrasse o Timão.Uma colega no trabalho soube que minha gata (a Tila) tinha caído no mundo na Serra da Cantareira. Contou que havia aparecido uma pequenina no quintal dela, sabe-se lá de onde. Perguntou se eu a queria. Foi mais ou menos como perguntar se macaco quer banana. E lá fomos, Guille e eu, buscar a bichinha.

Já era final de ano e, poucos dias depois de a gatinha chegar em casa, os meninos foram para um acampamento de férias, ainda sem se definir entre Corina ou Tiana. Sozinha em casa com a bichinha, comecei a chamá-la de Pequenina – daí pra Pique foi só uma questão de preguiça. Quando os meninos voltaram, duas semanas depois, ela já era Pique. E assim ficou.

Tinha cara de brava – pelo menos é o que todos diziam. Tinha gente até que dizia ter medo dela. Bobagem. Como uma gatinha pode meter medo em alguém? Mas, como sempre digo, medo é uma coisa subjetiva. Cada um tem o seu e é bom o outro respeitar. Então, pra essas pessoas, Pique tinha cara de brava. Também não vou dizer que não era brava – alguns gatos da casa sentiram isso na pele, com toda a força das unhas dela. Aliás, eu também, quando inventei de levar o Fuji lá pra casa, achando que eles iam se dar bem. Eu é que me dei muito mal: fiquei com o braço marcado por arranhões por um bom tempo porque tentei apartar a briga...

Na verdade, acho que o problema não foi o Fuji (um amarelão mais pra ruivo, grande e lindo), mas a época. Pique não estava no cio – e isso era fundamental pra ela aceitar um macho novo em casa. Quando acertamos a época e o macho, foi a vez um persa preto com queixinho branco, de um casal amigo. Pique foi pra casa deles, passou uma noite e voltou pra casa sem termos a certeza de que tinha cruzado. Tinha. A cria foi uma só: a Nina.

Já nessa época tinha outra gatinha dando sopa pela casa: a Miga. Que era pra ser Mirela, por ser amarela, mas acabou sendo Miga, de amiga. Essa não lembro de onde veio. Só sei que veio e ficou. Era da Ma, mas ficava com todo mundo. Até a hora em que meteu a cabeça no quarto do Guille numa época em que a Pique tinha dado cria. Ela paria dentro do guarda-roupa dele e lá ficava por mais de uma semana, sem sair pra comer ou fazer xixi. Não sei o que houve, mas a Pique saiu de dentro do guarda-roupa feito vaca brava e deu uma corrida monumental atrás da Miga. Daí pra frente, a pobre da Miga não podia mais cruzar o caminho da Pique – se isso acontecesse, era briga na certa. E briga feia.

Chegou uma hora que a Miga teve de ir embora. Mas isso eu conto outra hora....

1 comentário:

GOM disse...

tenho saudades da pique...