fevereiro 26, 2008

Mea culpa...


Pronto, terminei mais uma! Ficou linda, também, supercolorida! E a cabeça já trabalha em outra, mas vai ter de esperar um pouco porque agora entro em trabalho sério. Toda vez que escrevo sobre trabalho sério lembro de uma amiga – psicóloga, claro! – que pergunta por que cargas d’água trabalho não pode ser prazeroso e sempre tem de ser sério. Não pode ser as duas coisas?

Acho que pode, mas nem sempre o que dá prazer rende dinheiro. E geralmente a gente precisa de um para ter o outro. Assim, tenho de mexer com as letrinhas, das quais também gosto, para poder brincar com meus fios, para dar comida aos meus bichinhos, para cuidar das minhas plantinhas... Para viver, em resumo!

Mas enquanto eu fazia os módulos desta última manta, lembrei do filme Como Água para Chocolate, dirigido pelo mexicano Afonso Arau, baseado no livro de Laura Esquivel. Tita, a heroína da história, é uma jovem que faz comidas maravilhosas e tricota uma manta coloridíssima e sem fim. Em uma cena, ela é levada de charrete enquanto tricota – e a manta vai se arrastando atrás, enorme, infinita...

Fiquei pensando que se juntasse tudo o que fiz em tricô e crochê até hoje o resultado seria mais ou menos o mesmo. Só que dividi em várias partes e dei muitas delas para várias pessoas que agora, de alguma forma, têm um pedaço de mim. Soa bonito, né? Gosto de pensar que sou uma pessoa altruísta, acho que para contrabalançar outro sentimento que aparece de vez em quando, de ressentimento.

Volta e meia me pego lembrando de alguma coisa que alguma pessoa fez ou falou, que não gostei. Como o sujeito que há mais de 30 anos me disse, em tom ameaçador: “O que eu puder fazer para te prejudicar, eu vou fazer”. Isso porque eu pedi de volta um jornal que eu tinha comprado e emprestado para ele ler...

Pera lá: 30 anos é muito tempo para alguém lembrar que disse isso. Ou que ouviu. Mas eu lembro. Não conto quem falou, uma pessoa que profere uma coisa dessas não pode ter o nome citado em lugar nenhum. Mas isso é ressentimento, coisa mesquinha. Eu mesma digo que o que passou, passou e pronto, bola pra frente. Mas a minhoquinha fica lá – e de vez em quando reaparece. Ainda bem que é muito de vez em quando.

Mas... que coisa mais feia!!!

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