fevereiro 02, 2009

A-do-rei!!!


Terminei de ler toda a série – Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Breaking Down (claro que o último foi em inglês, porque não dava pra esperar o final da história – acho que a tradução vai se chamar Amanhecer). E aí fui ler uma matéria na Superinteressante que tentava explicar o fenômeno de vendas do livro e do filme. E fiquei muito brava.

Claro que a revista tem de vender – e qual apelo é maior do que o sexo ou a falta dele? Mas reduzir o sucesso de vendas de um livro a simplesmente falta de cenas de sexo é fazer muito pouco caso da inteligência dos leitores. Deles e dos livros. Adolescentes, acreditem, não são burros nem bobos. Eles, como qualquer ser humano que raciocina, gostam de uma boa história – e isso não é de hoje. Os trovadores da Idade Média sempre tinham uma imensa platéia quando se apresentavam contando histórias. E isso se repete ao longo da história, sem interrupção.

Histórias mágicas, que mostram um mundo diferente daquele em que vivemos, com conflitos – quem vive sem eles? -, brigas, traições. Conhecemos todos esses problemas, mas num mundo mágico eles ganham outra dimensão e sempre têm solução. No mundo paralelo das letrinhas, tudo sempre tem um jeito, mesmo que esse jeito seja irreal. Não é maravilhoso?

Nós, dito adultos, costumamos achar que qualquer adolescente é um imbecil regido pelos hormônios. Esquecemos, ou fazemos questão de esquecer, que passamos por tudo isso. E em nenhum momento daquele período nos vimos como imbecis regidos pelos hormônios. Tínhamos, naquela época, a capacidade de nos emocionar e nos envolver em histórias bem contadas. Por que a moçadinha de hoje não pode ter essa mesma capacidade? Somos melhores?

Bom, alguém sempre pode achar que minha cabeça parou naquela época e não progrediu mais. Para esses eu digo: ainda bem.

Adoro uma boa história. Gosto de ser levada para outros lugares, outros mundos. Admiro profundamente quem consegue criar algo assim só colocando o preto no branco, usando letras. Stephenie Meyer conseguiu. J. K. Rowling também, só para citar outro fenômeno de vendas que a revista também cita.

Numa comparação da série Harry Potter com a série Crepúsculo, acho que Rowlings escreve melhor do que Meyer. Mas ambas conseguem conduzir o leitor por caminhos fantásticos sem nunca abandoná-lo. As histórias prendem – e essa é a única explicação que encontro por não conseguir deixar Bella prestes a se casar com Edward, mas com o coração despedaçado por ter de abrir mão de Jacob no final do terceiro livro (que, por sinal, tem um monte de erros de português – tradução apressada?). Fui atrás do quarto volume – e li tudo em três dias.

Para quem espera pela tradução para perseguir o resto da história, só adianto que o quarto volume é bem maior (são 754 páginas, divididas em três livros, um deles escrito sob o ponto de vista de Jacob). E o que era uma história de amor se transforma numa história de aventura. E que a lua de mel de Bella e Edward é no Rio de Janeiro...

Acho que, ao invés de divulgar essas pesquisas bobas sobre sexo ou não sexo, as revistas deveriam contar um pouco do que se passa nos livros, oferecer um pouco do fascínio da história, para incentivar a leitura dos livros. Que, ao longo da narrativa, chamam a atenção para outros livros – frases de outros autores, discussão de personagens... Quem é esse Edward de Razão e Sensibilidade? “Nunca mais vou criticar Romeu”, diz o Edward de Meyer em Lua Nova. E, numa crítica a O Morro dos Ventos Uivantes, ele declara: “Não sei como Heathcliff e Cathy terminaram ao lado de casais como Romeu e Julieta ou Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy”.

Quem não ficaria intrigado e procuraria saber mais sobre esses casais citados?

1 comentário:

Márcia disse...

quero ler, quero ler!! Me empresta??