agosto 23, 2002

Tentei colocar umas gracinhas no texto, tipo capitulares (gastei mais de hora montando as letrinhas no Photoshop), mas ainda preciso de mais informações sobre como acrescentar isso tudo. Uma hora eu consigo deixar isso mais com a minha cara. O que vale é que a brincadeira continua...

Acho - não, tenho certeza - que não contei que esta semana inteira estou de folga. Coisa rara... E seria melhor ainda se, ao invés de estar aqui na frente do computador, eu estivesse numa praia, só olhando o marzão besta indo e vindo, sem cansar. O mar é uma das coisas mais lindas que o cara lá de cima colocou aqui embaixo. Mas sou uma pessoa da terra. Um escritor catalão, Josep Pla, escreveu que "o mar é considerado fascinante visto da terra - para colocá-lo como fundo para uma estátua de mármore - e excelso quando visto do bar" - tinha razão. Pessoalmente, prefiro vê-lo da mesa de um bar. E, se for de um daqueles barzinhos ao longo da costa de Cadaqués (Costa Brava, Espanha), melhor ainda. Pode ser também de um daqueles barzinhos nas ilhas da baía de Paraty que têm vistas maravilhosas e estão bem mais perto da gente...

Bar, aqui, não tem conotação de encher a cara. Uma cervejinha bem gelada num dia de calor escaldante é mais ou menos como um oásis no deserto, mas não precisa exagerar. Exageros, já cometi os que quis e pude. Agora, não precisa mais. Isso me lembra uma história, contada por algum bom carioca em alguma festa, sobre um sambista (não me perguntem nomes, juro que não lembro), já com alguma idade, que virava noites de festa em festa. Quando lhe ofereciam alguma bebida, ele respondia invariavelmete "obrigado, já bebi". Quem perguntava, acreditava que ele havia bebido antes de ir à festa. Na verdade, ele se referia à quilometragem que já tinha rodado. Bebera por toda a vida - agora, já tinha bebido... Bom, ainda não cheguei aí, mas a minha capacidade de tancagem anda bem reduzida, provavelmente porque já estou no final da parte que me cabe desse liquifúndio.

Mas eu falava da minha folga. Infelizmente, está acabando. Segunda começa tudo de novo e vamo que vamo. Trabalho não está na lista das dez coisas que mais me entusiasmam. Gosto do que faço, mas gosto mais ainda de fazer um monte de nada. Claro que é preciso ser financiado pra isso. Como não existem mecenas para o nada, o jeito é garantir o pagamento das contas trabalhando. Mas já prometi pra mim mesma que um dia eu chego no monte de nada que vai me permitir fazer uma série de coisas.

Quando digo monte de nada não é ficar à-tôa, sem nada pra fazer. Isso também está incluído, mas não é apenas. Disponibilidade de tempo é alguma coisa que mexe com todos os meus sentidos. Poder fazer o que se tem vontade é uma meta que persigo há algum tempo. Tempo pra ler, ver filmes - em vídeo, DVD ou no cinema, tanto faz -, perseguir as séries nas emissoras a cabo, costurar, bordar, tricotar, crochetar, ir às compras, passear nos shoppings, viajar nem que seja pra Carapicuíba. Pra mim, seria o máximo poder acordar e decidir a programação do dia. Um dia ainda chego lá.

Meu maior exemplo de vida tranqüila são os gatos. Eu os amo, todos, de qualquer tamanho, raça ou cor. Tenho sete em casa, todos lindos, bem cuidados, maravilhosos. Bom, são meus e por isso são melhores que os outros. Vira-latas (ou SRD), todos. Pique, Nina, Bôh, Millá, Tetéia, Gabinha e Branquinha, cada um tem estilo e personalidade próprias. Uma dia conto detalhes sobre eles (elas, na verdade, já que só tem um macho).

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