agosto 16, 2005

Intervalo de edições - fechamos a Brasil, estamos com a SP engatilhada - é hora de escrever. Quer dizer, nem sempre. Às vezes, escrevo depois de fechadas as duas edições. Às vezes não escrevo. E hoje era um bom dia pra não escrever nada. Não tem assunto. Nada me inspirou.

E agora avisam que, como não muda nada pra SP, vamos ajudar a Política. Não gosto de política. E neste momento, então, quero mais é fugir dela. E, se a gente tivesse gente decente no poder, a política nem seria notícia. O que seria o correto. Mas quem mandou votar errado?

Na verdade, nem sei se foi errado mesmo. Não votei no senhor que está no poder, não votei no partido que se autointitulava bastião da moral e da ética e que agora está dando com os burros, os costados e se afogando em águas fedorentas. Mas fico pensando nas pessoas que votaram e que acreditavam que estavam escolhendo o caminho da moralização. O que será que se passa na cabeça delas?

Uma amiga petista disse que está cansada de ler "essas coisas que andam publicando". Exaltada, disse que "até parece que isso nunca aconteceu no país". Concordo. Tudo isso é mais velho do que a república e devia rolar até mesmo no tempo do império. Mas ninguém, em nenhum momento até agora, se declarou a pessoa que iria moralizar o governo. Estes foram os primeiros. E deu no que deu. Então, essa amiga petista está, na verdade, na fase da negação. Daqui a pouco ela vai descobrir que toda a campanha que ela fez era por uma coisa que não existia.

Qualquer cristão que lida com gente sabe que quanto mais pessoas você reúne, menos controle você tem sobre elas. Por isso, nenhum partido pode por a mão no fogo por ninguém que pertença aos seus quadros. Por isso, tolinhos e ingênuos os que acreditavam que só honestos estavam no PT... Ingênua e tolinha é minha amiga, que sabe-se lá até quando vai negar que o buraco era bem mais em baixo. Se a conheço, vai morrer fazendo questão de ignorar a sujeira sob o tapete.

E, ao que tudo indica, é lá mesmo que a sujeira vai ficar: sob o tapete. Não acredito em devassa, em processos e investigações a fundo. Todo mundo está envolvido, uns mais, outros menos, mas todos estão. Não vai sobrar nada pra contar a história e isso não pode acontecer em nenhum governo. Melhor, mais sábio, é deixar como está.

O povo pode espernear quanto quiser, desconfiar de quem for. Fica tudo como está, garanto. Mesmo que sejam trocados os nomes de todos os políticos eleitos daqui pra frente. Renovação geral pode ser uma solução, só acho que não há nomes suficientes para todos os cargos. Nomes íntegros, confiáveis. Quem é íntegro, confiável, não se mete numa enrascada dessas. E, se por acaso entra na enrascada, sai rapidinho porque não tem estômago pra segurar tanta sujeira.

Conheço um que fez isso. Mas não vai denunciar nada. Não adianta e ainda vai ser taxado de mentiroso. Se bobear, vão dizer que está contando isso tudo porque não lhe ofereceram o que esperava. Poucos o levariam a sério.

Diante disso, se fosse outro partido, ninguém daria muita bola. Mas... quem mandou posar de bonzinho?

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