agosto 18, 2005

No livro que estou lendo agora - o segundo da trilogia In the Garden, da Nora Roberts - o foco está sobre Rosalind Harper, a proprietária de Harper's House e do In the Garden, loja de plantas e flores. Diferentemente das outras personagens de Nora Roberts, esta tem 47 anos, três filhos adultos e dois casamentos no currículo. Mas - claro - trata-se de uma mulher forte e bonita. E, claro, está prestes a encontrar o homem que vai acompanhá-la na velhice. Na verdade, já encontrou: é um pesquisador com pouco mais de 50, que, pela descrição, está bem próximo do Sean Connery. Por que não aparece um desses pra mim?

Mas Rosalind - 'call me Roz' - está num momento de bem com a vida. Os filhos criados, um deles morando bem perto dela, a casa com crianças, oa negócios indo bem. E ela se pega pensando na aparência dela, fazendo uma auto-análise na frente do espelho. E conclui: aquela moça que aparece nas fotografias não é ela. É verdade, ela constata, que daquela moça para esta mulher passaram-se 30 anos...

É verdade. Daquela moça cuja foto está na minha carteira de trabalho (a primeira, claro!) para esta mulher que aqui escreve, são quase 40 anos. E, devo reconhecer, não são a mesma pessoa. Aquela tinha sonhos, vaidades, certezas, desejos. Esta também, mas outros. Alguns sonhos daquela viraram realidade para esta; outros ficaram pelo caminho porque perderam importânica e significado; outros, foram esmagados por circunstâncias. Mas esta ainda sonha, sonhos que em algum momento podem perder importância e significado, podem ser esmagados e podem até virar realidade. Tomara!!!

Roz tem 3 filhos, todos homens. Eu também, mas levo vantagem: tenho minha filha. E embora eu não goste de me comparar com personagem de livro - não dá pra comparar a vida da gente com a vida dos livros! - também me peguei pensando em como estou agora e em como seria bom ter alguém com quem compartilhar a velhice.

Um dos sonhos esmagados no caminho foi o de ter um companheiro de velhice, aquele para quem bastava trocar um olhar pra saber o que o outro estava pensando, para saber que não estava sozinha. Alguém para dividir o dia-a-dia, se indignar, rir, chorar, ficar feliz junto. No meu cenário, tudo se encaminhava para isso. Mas era o meu cenário e, pelo jeito, só meu mesmo.

Depois de cinco anos sem pensar no assunto e nem considerar a possibilidade, agora acho que, se aparecesse alguém, não ia ser ruim. Ainda não está no ponto de sair correndo atrás - nem há alguém pra se correr atrás.

Minha dúvida é se isso ainda é possível. E como gato escaldado tem medo de água fria (aliás, nem precisa ser escaldado, gato tem medo de água e pronto), acho que vou deixar tudo como está e entregar o futuro pra Deus. Mas não vai custar nada acrescentar nas minhas orações um pedido especial por uma versão do Sean Connery, só pra mim. Pode ser do Harrison Ford, mas este já mostrou que gosta mesmo das meninas mais novas. Ou, na linha contrária, um Gianechini também não cairia mal, mas acho que não tenho vocação pra comedora de criancinhas...

Bom, quem viver, verá...

2 comentários:

Márcia disse...

uau! já estava na hora de sair da toca... e eu... estou na maior torcida! Fala sério! Não seria nada mal ter um padastro estilo Sean Connery, Fagundes, Harrison Ford ou até um Gianecchini, né? Será que fica feio pedir colinho??
:-))

Lenita Outsuka disse...

Acho que pode pedir colinho. Eu peço abraços ao seu marido...