julho 29, 2005

A quinta passou, mas o mau humor ficou. E eu não vou ficar procurando desculpas pra ele. Tá aí, pronto. Azar de quem passar por perto e olhar torto.

Pra refrescar um pouco, aliviar outro tanto, pratico a leitura em inglês com uma senhora que escreve muito. Não em qualidade, em quantidade. É aquela leitura que enche os olhos e esvazia a cabeça, coisa de Julias e Sabrinas - quem conhece, sabe do que estou falando. A autora em questão é Norah Roberts, segundo a contracapa do livro, campeã de vendas segundo a lista do New York Times. De fato, pelo que eu soube dela, vende quem nem água - o site da Cultura diz que são mais de 127 milhões de cópias, entre os vários títulos. E, entre os leitores dela, me incluo. E agora, em inglês.

Na verdade, não é tão ruim. Os livros são bem traduzidos, as histórias são mais ou menos as mesmas do tipo moça conhece moço, brigam um monte, se desentendem, se beijam, não transam (às vezes, transam, sim) e, no fim, descobrem que estão perdidamente apaixonados e que um não consegue viver sem o outro e se casam. The end. O que vale, o que muda são os cenários.

Tudo isso, no fundo, é desculpa pra justificar porque gosto de ler essa senhora. A principal, já disse: enche os olhos, esvazia a cabeça. Mas me peguei pensando como ela faz para ter essa produção imensa. Embora não seja necessária muita imaginação pra criar aquele esquema de história, há que se criar situações diferentes, locais diferentes, profissões diferentes.

Software que desenvolve histórias a partir de personagens dado pelo autor? Pensei nisso. O mais louco é que ela cria trilogias, quadrilogias, pentalogias. A que estou lendo agora, por exemplo, é a história de cinco mulheres. Três num livro, duas em outro. Pra cada uma, uma história diferente (?). Li a trilogia do coração (Coração do Mar, Lágrimas da Lua e Diamantes do Sol) e fiquei fascinada com o cenário mágico da Irlanda, com a história construída a partir de uma lenda de uma região que nem sei se existe. Na trilogia da magia (Entre o Céu e a Terra, Dançando no Ar e Enfrentando o Fogo), ela vai para o litoral da Nova Inglaterra, região que sempre me fascinou por causa das descrições que já li. E as mulheres são bruxas! Não li ainda a trilogia do sonho (Um Sonho de Amor, Um Sonho de Vida e Um Sonho de Esperança) , mas pode apostar que logo, logo, esses vão para minha cabeceira.

Agora, é a família Calhoun que me distrai. Catherine, Amanda e Lilah no primeiro; Suzanne e Megan no segundo. Catherine, Amanda, Lilah e Suzanne são irmãs. Megan, só vou descobrir quando chegar no segundo livro. Ainda estou no primeiro, começando a ler a história de Amanda. Mas já sei que tudo vai girar em torno de uma residência construída por um antepassado das irmãs em algum lugar a beira-mar perto de Boston, onde deve estar escondido um preciosíssimo colar de diamantes que pertenceu à bisavó delas, que se suicidou. Catherine já fisgou um marido magnífico, Amanda acaba de conhecer o pretendente dela. Pelo resumo da contracapa, Lilah será conquistada por um professor de sobrenome.... Quartermain! Sugestivo, né? Pois...

Dei muita risada numa pesquisa que fiz sobre Norah Roberts na internet, que classifica os livros dela de bull shit. Acho que pra muita gente, é isso mesmo. E, pelo tanto que vende, desconfio que o bull shit cai no gosto popular, lá e cá.

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